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Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024

Diálogo não faz parte da boa política?
Do Diário do Grande ABC
22/02/2020 | 10:12
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Pode ser que eu esteja errado. Pode ser que não esteja enxergando a nova maneira de se fazer política. Pode ser que esteja no lugar errado. Ou talvez não consiga compreender as mudanças nas relações entre as pessoas, principalmente de políticos, que deveriam ser exemplo para sociedade. Mas, para mim, é inconcebível e inaceitável que o maior Parlamento da América Latina simplesmente se reduza a ambiente onde a intolerância prospere e se torne o principal chamariz de uma das mais importantes casas de leis do Brasil.

O que vemos, ultimamente, e de forma lamentável, na Assembleia é o considerável avanço da polarização política, do extremismo, da ideologia que cega um companheiro de plenário, a ponto de agressões físicas e verbais virarem algo comum, expediente corriqueiro. Pergunto-me: é esse o Parlamento que a população quer? É esse o Parlamento que pretende mudar a vida do povo paulista? É esse o Parlamento que deveria propor e debater com sabedoria e respeito projetos de lei?

Sinceramente, não é esse o ambiente político que imaginei e idealizei quando decidi ser deputado estadual. Como disse anteriormente, pode ser que eu esteja errado, pode ser que não esteja enxergando a nova maneira de se fazer política, mas uma coisa eu tenho certeza, não é isso que me propus a fazer, não é essa a política que me fez rodar o Estado pedindo que as pessoas acreditassem em nós.

Quando entro no Plenário Juscelino Kubitschek, proponho-me em fazer o melhor não só para os meus eleitores, mas para todo o povo de São Paulo. Não me preocupo com likes, views, vídeos, ideologia, e tudo aquilo que envolve redes sociais. Preocupo-me em discutir projetos com muita sabedoria, consciência e principalmente respeito com meu companheiro ou companheira.

A divergência de ideias é algo normal e necessário para a construção do processo democrático. É por meio dessa divergência que devemos procurar o diálogo. É por meio dessa divergência que devemos buscar o consenso em prol da coletividade. Mas, infelizmente, é algo que tem sido deixado de lado na Assembleia. Deixamos de lado uma das principais prerrogativas de ser político: o debate.

Espero, com enorme sinceridade, que todos nós, deputados estaduais, comecemos a refletir sobre qual exemplo queremos dar à sociedade? A de Parlamento onde o clima bélico predomina? Parlamento que estampa os principais meios de comunicação por debates vencidos pela intolerância? Quero crer que não sou idealista. Quero crer que a boa política ainda existe. Quero crer que ainda é possível discordar e dialogar. Quero crer que possamos conviver de forma pacífica. Quero crer que possamos ser melhores um com os outros.

Thiago Auricchio é advogado e deputado estadual.

PALAVRA DO LEITOR

Augusto Heleno – 1
Está corretíssima a fala do ministro Augusto Heleno quando diz que os parlamentares chantageiam o governo sempre com a premissa do toma lá da cá para aprovar projetos com objetivo de levar vantagem pessoal ou partidária. Não entendo a chiadeira dos parlamentares, principalmente Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado. Ora, todos sabemos que isso acontece cotidianamente há muitas décadas e não há nenhuma novidade nisso. Existem exceções, é claro. O governo está tentando acabar com esse círculo vicioso, que em nada favorece a sociedade. Prega um ditado que as verdades são ditas em conversas informais e bate-papos descontraídos. Na frente das câmeras e microfones, falam uma coisa e, nos bastidores, agem de forma completamente diferente, salvo honrosas exceções. Tanto é verdade que, o voto sendo fechado, tem um resultado e, sendo aberto, outro completamente diferente. Senhores, pensem no bem do Brasil e para que foram eleitos e não em benefício próprio ou partidário. Os partidos, tão banalizados e fragilizados como estão, pouco ou nada representam para o povo brasileiro.
Mauri Fontes
Santo André

Augusto Heleno – 2
Segundo se noticia, o presidente do Senado quer convocar o general Augusto Heleno para explicar fala que depõe contra a casa. O general acusou o Congresso de chantagear o governo. Ora, conhecendo a esquentada têmpera do general, provavelmente não só aceitará o ‘convite’ como confirmará e repetirá a fala ao vivo e a cores para o senhor Davi Alcolumbre. Benfeito!
Luís F. Amaral
Laguna (SC)

Munição que destrói
Como parte da imprensa gosta de fogo amigo, mas, dependendo do lado, a notícia vira novela. Agora, já imaginaram se Cid Gomes tivesse usado um Jipe? E outra: a Câmara ficou chateada por ter sido chamada de chantagista? Quando a fala do general Heleno foi surpresa? O fato lamentável é a população não ter ainda acordado e percebido que vem sendo usada pelos parasitas, chantagistas que estão sempre em busca de cargos, dinheiro, benefícios e prestando péssimos serviços. Infelizmente, alguns jornais sobrevivem das munições dadas pelo governo e ajudam a destruir e desviar o foco para boas notícias. Coisas de países pobres mesmo.
Izabel Avallone
Capital

Só não de santo!
Parece brincadeira! Segundo se noticia, a Polícia Federal investiga Luiz Inácio Lula da Silva por haver chamado Jair Bolsonaro de ‘miliciano’. Ora, comparado com as barbaridades que dizem contra o presidente por esse mundo afora, ‘miliciano’ é elogio. Sem ironia, por favor!
Maria E. Amaral
Capital

A quem interessa?
Poucos dias após o presidente da República, Jair Bolsonaro, afagar Paulo Guedes, a imprensa noticia que ele dá ultimato ao ministro para tirar da cartola 2% de crescimento no País, senão será trocado. Não creio que o presidente seja tão leviano de apostar nessa provável troca, já que Guedes, Sergio Moro e ele formam o tripé confiável deste governo. Não existe crescimento sem investidores, que estão à espera de reformas empacadas no Legislativo. Nenhum investidor aplica dinheiro em País onde os digníssimos deputados fazem birrinha para receber ‘verba extra’ para trabalhar. Fora que, com 60% da população endividada no Brasil, como alavancar consumo? Mas parte da mídia quer jogar o crescimento baixo nas costas de ministro que não é bruxo nem ilusionista. País sem credibilidade não tem investimento. E fim!
Beatriz Campos
Capital

Será que vai?
A indefinição do governo de enviar ao Congresso o projeto da reforma administrativa me faz lembrar refrão da bela canção de Baden Powell e Vinicius de Morais, Canto de Ossanha, que diz:’Vai! Vai! Vai! Vai! Não Vou!’ É o que – literalmente, e por medo da reação dos servidores públicos federais, que podem perder privilégios com essa reforma – Bolsonaro reiteradamente há meses diz ‘não vou’ mandar ao Congresso. E a última promessa do Planalto é que vai enviar na próxima semana, após o Carnaval (Política, ontem)>. Será?
Paulo Panossian
São Carlos (SP) 




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