Vergonha. Foi este o termo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou para classificar ontem a estratégia adotada pelas indústrias automobilísticas diante da crise financeira mundial, que se acentuou no último trimestre do ano passado, ao diminuírem bruscamente a produção e cortarem postos de trabalho.

Na avaliação do presidente, atitudes como essa foram "sem nenhuma necessidade" e "certamente" a pedido das matrizes das empresas.

"Nessa crise econômica quem sustentou o País foi o consumo da população e o governo. Foi uma vergonha o que fez a indústria automobilística em dezembro de 2008. Ela parou suas atividades sem nenhuma necessidade, certamente a pedido de suas matrizes. O PIB (Produto Interno Bruto) industrial certamente não teria caído se não tivesse havido o pânico que houve", reclamou o presidente.

Apesar de informar que não pretendia falar das turbulências econômicas internacionais por considerar que "a crise parece nota de um real, todo mundo conhece e já sabe", Lula lamentou que as oscilações na economia mundial tenham "freado" o crescimento Produto Interno Bruto brasileiro.

"É uma pena que essa crise econômica impôs certo freio em nossa economia, mas perguntem qual país criou 10 milhões de empregos em cinco anos?", frisou Lula, traçando perspectivas otimistas para o Brasil nos próximos anos.

"A economia vai continuar crescendo. Temos boas chances de crescer em 2010, arriscaria dizer que acima de 4,5%, 5%", disse o presidente. Para Lula, o Brasil poderá dar um grande salto de qualidade nos próximos dez anos, a ponto de "os próprios brasileiros estranharem", estimou.