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Exportações da região voltam a cair

Depois de três meses de lenta melhora, vendas a outros países recuam 3,3% em maio se comparado a abril

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
20/06/2009 | 07:00
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As exportações do Grande ABC, que apresentavam lenta recuperação desde fevereiro, após a forte queda observada no fim de 2008, voltaram a cair em maio. Nesse mês, frente a abril, as vendas ao Exterior tiveram recuo de 3,3%, ao totalizarem US$ 364 milhões.

O resultado é 37,5% inferior aos cerca de US$ 583 milhões registrados no quinto mês de 2008. No acumulado deste ano (janeiro a maio), quando as empresas dos sete municípios obtiveram US$ 1,65 bilhão com negócios internacionais, a queda chega a 39% na comparação com igual período do ano passado.

Para o diretor do departamento de economia da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Gianinni, a variação negativa no mês frente a abril é em parte reflexo da variação cambial - ou seja, a recente valorização do real frente ao dólar. "A tendência é de a exportação ficar mais baixa, já que esse câmbio (na faixa de R$ 1,96) tira competitividade do produto nacional", explicou.

Outro fator que colabora para os números negativos é a recessão em importantes mercados consumidores no Exterior.

São Bernardo, por exemplo, registrou redução de 19% nas encomendas para os Estados Unidos e queda de 32% para a Argentina nos cinco meses iniciais deste ano.

No caso do principal item da pauta desse município, chassi de ônibus, houve diminuição de 39,7% no faturamento obtido com negócios no Exterior.

"A China, que se mantém com a economia em crescimento não é importadora de bens industrializados", destacou Gianinni.

Em São Caetano, onde o tombo foi ainda maior neste ano - vendas 61,7% menores de janeiro a maio -, os automóveis médios (produto mais exportado pela cidade) apresentam diminuição de 85%.

As emissões de certificados de origem (documento necessário para o envio de itens ao Exterior) até se recuperam um pouco no mês, segundo o diretor da regional da entidade, William Pesinato. "Mas são basicamente peças de reposição", observou, citando que as fabricantes de veículos, por exemplo, precisam ter estoques de componentes nos outros países.

IMPORTAÇÕES - Além da queda das exportações da região, as importações por parte de empresas do Grande ABC também vêm em forte retração. Nesse caso, com exceção de março, quando houve crescimento, os números têm sido negativos desde novembro de 2008.

A retração é explicada pela desaceleração da atividade econômica do País, que brecou decisões de investimento do setor industrial. Isso significa o adiamento de compra de máquinas e também de peças e componentes.

Diadema, por exemplo, que concentra grande número de indústrias de autopeças que são fornecidas para as montadoras, registra retração de 51% nas importações. Na avaliação do economista Sandro Maskio, do departamento de informações sociais e econômicas da Secretaria de Desenvolvimento de Santo André, isso se deve ao ritmo lento de melhora do mercado interno.




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