O ritual nunca se modifica. Marcelinho Carioca e a Fiel repetiram as imagens de sempre. Ao final do 0 a 0 entre Corinthians e Santo André, o Xodó correu até a pista do Estádio Bruno Daniel para levantar os braços na direção das arquibancadas e agradecer aos fãs que o transformaram em um dos maiores ídolos da história alvinegra. "Não há como não me emocionar. É um tipo de carinho que não se paga. Isso não tem preço", agradecia o craque.

Marcelinho Carioca aproveitou para homenagear a mãe, o pai e os três filhos. "De nada valem o dinheiro, o sucesso e a fama se você não se apoia numa base familiar. Hoje (ontem) pela manhã, telefonei ao meu pai (Adílson) e pedi ‘força, velho'. Recentemente, a minha mãe (Sueli) se foi e o deixou muito triste. Também fiquei muito abalado. Até pensei em abandonar a carreira, mas não contei a ninguém", desabafou.

Em campo, Marcelinho carioca atuou como se fosse um maestro ao comandar as principais iniciativas do esquema do técnico Sérgio Guedes. As dores na panturrilha chegaram a incomodá-lo durante a semana. Mesmo assim, o Pé-de-Anjo submeteu-se a um paciente tratamento intensivo.

"Todo mundo sabe que mantenho muito apego pela Fiel, mas aprendi a respeitar a Tuda, a Fúria e as demais torcidas organizadas que me incentivam no Santo André. Bem que tentei marcar um gol, mas infelizmente não deu", concluiu.

Sérgio Guedes cobra mais pontaria nos arremates

Sérgio Guedes queria mais do que o 0 a 0 diante do Timão. O técnico disse que ganhar um ponto ficou de bom tamanho, mas entende que o Santo André tinha condições de buscar o resultado favorável em casa. "A vitória sobre o São Paulo (2 a 0) e o empate contra o Corinthians mostraram que temos condições de enfrentar os grandes em condições de igualdade ou até de superioridade. A a nossa proposta é sempre ofensiva", exemplifica o treinador, que cobrou mais pontaria nos arremates. "Poderíamos agredir muito mais", supõe.

Enquanto isso, o zagueiro Marcel reclamou dos critérios da arbitragem. Expulso, ele não enfrenta o Botafogo, sábado, às 20h30, em Ribeirão Preto. "Cometi uma falta normal, mas recebi o segundo cartão e, em seguida, o vermelho. Paciência".

O presidente da Gestão Empresarial, Ronan Maria Pinto, aparentemente supersticioso, sugeriu que o Santo André fosse a campo todo de azul. Um dos amigos confidenciou que ele repetiu o gesto de Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória, que mandou a Seleção Brasileira entrar de azul, "a cor da manta de Nossa Senhora", na final do Mundial de 1958 na Suécia. Segundo Ronan, o branco "não deu sorte" na goleada sofrida (4 a 0) em Guaratinguetá, na oitava rodada. "Agora, nossos torcedores passarão a ver espetáculos desse nível (do Corinthians)", disse.

Fernando pretende se aposentar no fim da temporada

O capitão Fernando, 42 anos, um dos principais personagens do Santo André no empate com o Corinthians, avisou ontem que irá encerrar a carreira no fim da atual temporada. Ele só aguarda o encerramento do Campeonato Brasileiro para se despedir oficialmente. "Dei o melhor de mim ao futebol. Acredito que cumpri a minha missão", reconhece.

Fernando garante que a decisão de abandonar os gramados é irreversível. "É uma coisa bem pensada na minha cabeça. Acho que tudo tem um limite na vida", observa.

Apesar disso, o volante pretende continuar no meio do futebol. Ainda não sabe como. Trabalhar como treinador não é uma ideia que o agrada. "Não pensei nisso. Vamos ver de que maneira posso contribuir. Se aparecer algum convite para desempenhar determinadas tarefas na retaguarda, vou analisar direito e tomar uma atitude que me seja conveniente", conta o líder do grupo.