As chuvas de sábado ainda derrubaram três casas na Rua Sebastião Pedroso, em Santo André, e queimaram diversos eletrodomésticos em São Bernardo.

A falta de limpeza das vias teria agravado o entupimento de bueiros e o consequente alagamento, disseram alguns moradores, que criticaram a ausência do poder público nos locais atingidos pela enchente de sábado.

As casas desabaram no Núcleo Lauro Gomes, em Santo André, assim que o Ribeirão dos Meninos baixou seu nível d'água. "Estava limpando a sujeira do alagamento, por volta das 22h, quando as paredes começaram a desmoronar. Moro aqui há 14 anos e nunca tinha passado por algo parecido. No momento da tragédia éramos sete pessoas aqui em casa e tivemos de sair correndo", disse a costureira Edivania Ramos da Silva, 35 anos.

A empregada doméstica Ana Lúcia Barbosa, 27, que mora ao lado da casa de Edivania, conta que o quarto de sua filha de 8 anos veio a baixo em virtude do temporal. "Sei que há riscos neste lugar, mas não temos o que fazer", disse.

Os moradores da Rua Leonildo Balderi, no Jardim Las Vegas, em Santo André, disseram que um raio atingiu a torre de telefonia celular que está sendo montada em um dos terrenos próximos.

Passada a chuva, o vendedor João Brito, 56 anos, bateu de casa em casa para contabilizar os estragos na vizinhança. Foram 15 motores de portão-automático, cinco computadores, cinco lâmpadas, três telefones, uma TV e um micro-ondas, todos queimados. "Nunca tivemos esse problema antes. Quero ver quem vai pagar nossos consertos."

O temporal atingiu principalmente São Bernardo e Santo André.