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Caravana de 'kamikazes' embarca para capital paraguaia
Por Edélcio Cândido
Do Diário do Grande ABC
24/07/2002 | 00:28
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Se guerra é guerra, no futebol dentro da arena alheia, as facções da torcida do São Caetano toparam iniciar nesta terça às 22h30, distribuídas em três ônibus leitos, o grande desafio de encarar com espírito guerreiro uma exaustiva viagem até Assunção, no Paraguai. Cerca de 150 torcedores das torcidas Gladiadores, Bengala Azul, Comando, Sangue Azul e Azulão seguiram como verdadeiros kamikazes – soldados suicidas da Segunda Guerra Mundial – para apoiarem o Azulão em clima de muita rivalidade contra o Olimpia.

Nem os conflitos políticos internos que agitam o Paraguai intimidaram os torcedores. Defronte ao estádio Anacleto Campanella, saiu o ônibus Bengala Azul/Comando, e da Avenida Goiás, na antiga Prefeitura, os das facções da Gladiadores, Sangue e Azulão num grito só de guerra.

Pelo menos 1.350 km, entre São Paulo e Assunção, separam a longa viagem. A Gladiadores, com torcedores mais jovens, começou a agitar o clima por volta das 19h com seus tamburins, surdos, bumbos, cornetas, apitos, faixas do Azulão e bandeiras do Brasil.

“Depois do penta, o Azulão arrebenta”, dizia uma das faixas. “Vamos lá para vencer. E na volta, o jogo tinha de ser no Morumbi. Se torcida ganhasse jogo, o Corinthians era campeão direto. E eu sou corintiano, mas o Azulão virou o primeiro time do coração”, disse Fernando de Castro, de cobertor nas costas, mochila e prevendo vitória azul por 2 a 0. “Se perdermos por um gol, já está ótimo”, afirmou Agostinho Folco, da Bengala.

Muitas mulheres aguardavam os ônibus desde as 20h. “Estou indo com meu pai. É uma loucura, mas vale a pena”, afirmou Viviane Francine. Ronaldo de Oliveira, presidente da Gladiadores, que tem 500 sócios, disse que não faltaria alimento. “Estamos levando bolachas, pão, salchichas, queijos, vinho, água e cobertas, além de muitas faixas”, afirmou.

Lucas Nicolás, Kléber Bonato e o pasteleiro Antonio Carlos Dias, 45 anos, não se importavam com a distância. “É a caravana da vitória. Eu só temia o América do México e não queria o Grêmio-RS. De resto, tá beleza”, afirmou Lucas.

A viagem deve durar de 16 a 18 horas – se não houver muita neblina. A caravana faz parada de almoço em Foz do Iguaçu nesta quarta e segue até as proximidades da Ponte da Amizade. Lá todos fazem o translado com ônibus paraguaios até o estádio, onde devem chegar – escoltados pela polícia – às 16h no estádio Defensores del Chaco.




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