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Prefeitos do ABC reforçam a segurança
Maurício Klai
Do Diário do Grande ABC
23/01/2002 | 00:00
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   O assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), fez com que os outros prefeitos petistas do Grande ABC repensassem seus esquemas de segurança. Das sete cidades que compõem a região, cinco delas são governadas por petistas – Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Mauá, Diadema e Santo André. São Bernardo e São Caetano, únicas exceções, são comandadas por integrantes do PSDB e do PTB, respectivamente.

O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), afirmou que desde a posse já havia tomado algumas providências para garantir sua segurança pessoal. “Só saía de casa escoltado por viaturas da Guarda Civil Municipal”, afirmou. “Mas agora tenho de repensar esse assunto. Não vou mais abrir o portão de casa e também vou procurar obter mais informações das pessoas que recebo no gabinete”.

Filippi, que soube da morte de Celso por telefone quando voltava de férias de Santa Catarina, definiu o assassinato do prefeito de Santo André como um crime de crueldade inexplicável. “Foi uma covardia e nos coloca numa situação de absoluta ameaça ao Estado democrático”, afirmou. Ele declarou acreditar em crime político. “A morte do Toninho do PT, prefeito de Campinas, e do Celso, aliadas às ameaças que sofremos caracterizam um crime político”. E concluiu: “Não sei o que é pior, a frieza com que exterminaram Celso ou a certeza da impunidade dos criminosos.”

A equipe de segurança do prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), também já foi reforçada. O prefeito, contudo, preferiu, por razões de segurança, não comentar as novas medidas adotadas nem com a assessoria de imprensa da administração.

A prefeita de Ribeirão Pires, Maria Inês Soares (PT), que declarou nunca ter andado acompanhada por seguranças, mas nunca sozinha, irá rever a posição. Por meio da assessoria, ela afirmou ainda não saber a exata proporção das medidas, mas já decidiu que lançará mão de reforços para garantir sua integridade física. A possibilidade de uma reunião em breve com todos os prefeitos do Grande ABC para discutir se pretendem se utilizar de esquemas de segurança comuns também foi cogitada pela assessoria da prefeita.

Recém-empossado, o prefeito de Santo André, João Avamileno, afirmou que pretende reforçar sua segurança pessoal, mas que para isso terá de contar com meios particulares. Ele não quis detalhar quais procedimentos serão tomados. “Não quero entregar o ouro para o bandido.”

O prefeito de São Bernardo, Maurício Soares (PSDB), disse que não irá mudar sua rotina de trabalho por conta do assassinato de Celso. Ele declarou que pretende continuar com o mesmo esquema de segurança que mantém desde o començo do mandato: dois homens treinados o acompanham o dia inteiro.

O prefeito de São Caetano, Luiz Tortorello (PTB), afirmou que estará mais atento, como qualquer outro cidadão, mas não pretende mudar a rotina diária, e nem aumentar o efetivo de guardas da administração.

Tortorello sempre apreciou o contato com a população e, não raro, é visto em visitas-surpresa de madrugada a aparelhos públicos. Declarou que não deixará de lado a rotina por não se sentir inseguro.

O presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu, disse que todos os prefeito do partido já foram sensibilizados para o problema da segurança pessoal. “Eles já recorrem à Secretaria de Segurança Pública, às câmaras municipais e às OABs de suas cidades em busca de orientação e proteção.”

A reportagem tentou por diversas vezes contato com o prefeito de Rio Grande da Serra, Ramon Velasquez (PT), mas ele não deu retorno.

Colaboraram Carolina Lobo, Regiane Soares e Vinícius Casagrande




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