Economia Titulo Petroquímica
Venda do controle acionário da Braskem deve ocorrer em até 3 anos

Mercado se animou com notícia, e ações tiveram maior alta do dia, 9,32%

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/08/2020 | 00:04
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A Braskem, que possui unidades fabris em Santo André e Mauá, está prestes a virar a página de sua história com a mudança de seu controle. O Grupo Odebrecht, hoje detentor de 50,1% das ações com direito a voto da petroquímica, deu início ao processo de venda de sua participação na companhia, o que está previsto para ocorrer em até três anos.

A decisão, motivada pela aprovação do plano de recuperação judicial pela Justiça de São Paulo, animou o mercado financeiro. No pregão de ontem da B3, as ações da Braskem tiveram a maior valorização do dia, de 9,32%, e foram a R$ 25,57. Na esteira, os papéis da Petrobras, que possui 47% da participação na petroquímica, também subiram, 2,90%, aos R$ 23,45.

No mês, as ações da Braskem já acumulam alta de 12,15% e, no ano, desvalorização de 14,34% – quando a Odebrecht anunciou a aprovação do processo de recuperação, no fim de julho, os papéis tinham perdido 19,8%. Contribuiu também à redução das perdas o anúncio, no início do mês, de que a petroquímica está pronta para atender à nova resolução da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e produzir gasolina premium no Polo Petroquímico do Grande ABC.

“A recuperação judicial da Odebrecht é uma das maiores do Brasil, de forma que, assim como o seu endividamento, reflete nas demais empresas, como a Braskem. Apesar disso, a situação ainda é complexa, já que a empresa reportou prejuízos, e assim como as demais, foi afetada pela pandemia”, avaliou o economista da Messem Investimentos Gustavo Bertotti. A recuperação da empreiteira – que passa por dificuldades desde o envolvimento com propinas na Operação Lava Jato, revelado em meados de 2016 –, já tinha sido aprovada e aguardava homologação.

Procurada, a companhia informou que na noite de sexta-feira “deu início aos atos preparatórios para começar a estruturar o processo de alienação privada de sua participação acionária integral ou parcial na Braskem, maior fabricante de resinas das Américas”, e que o anúncio é prova de que “segue cumprindo compromissos assumidos com os seus credores”.
 




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