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Ida ao mercado vira desafio na quarentena

Higienização correta de alimentos evita riscos de contaminação pelo novo coronavírus

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
11/05/2020 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Ir ao supermercado nunca mais foi tarefa fácil desde o início da pandemia do novo coronavírus. Estes tipos de estabelecimentos continuam funcionando normalmente – são considerados essenciais e por isso não foram atingidos pela quarentena – e atraindo diversas pessoas, contaminadas ou não pela doença, o que gera grande receio na hora de ir às compras. Além disso, as idas e vindas aos estabelecimentos também passaram a demorar mais, visto que, a chegada com itens externos em casa resulta em muito cuidado, limpeza e organização.

A especialista em saúde e bem-estar e nutricionista da rede Mundo Verde, Marcela Mendes, ressalta que a higienização incorreta – ou não feita – pode aumentar significativamente a proliferação de vírus nos alimentos, inclusive o causador da Covid-19. Ela destaca que a higienização precisa ser feita de maneira correta e com os produtos certos. “É muito comum as pessoas utilizarem produtos de limpeza em frutas, verduras e legumes com o intuito de matar bactérias e limpar sujeiras, mas o uso de alguns pode causar infecções respiratórias ou outros problemas de saúde”, observa Marcela. 

A análise da nutricionista reforça cuidados já divulgados por infectologistas sobre a higiene e armazenamento dos alimentos dentro casa. “Primeiro passo é realizar a higienização das mãos. Para frutas, verduras e legumes, lavamos os alimentos em água corrente. Na sequência, faremos pré-seleção, descartando as partes que estão danificadas e não serão consumidas”, comenta Marcela, que ressalta ainda que, após a seleção, é necessário deixar os alimentos de molho por 15 minutos em uma solução de água com hipoclorito de sódio e água sanitária – base de uma colher para um litro – e, por último, enxaguar. 

A especialista detalha que, após o processo de limpeza, as frutas e legumes devem ser enxugados com papel toalha. Já para as folhas, Marcela indica utilizar, quando possível, a centrífuga para secar com mais facilidade. “Para os alimentos congelados e refrigerados, o interessante seria realizar o descarte das embalagens de plástico e armazenar estes alimentos em potes. Para embalagens de papelão, como caixas de leite, podemos utilizar um pano úmido com álcool 70%”, comenta.
 
EXPERIÊNCIA
Moradores do bairro Osvaldo Cruz, em São Caetano, a analista de marketing Fernanda Serafim Lucas, 31 anos, e o marido, o gerente de banco, Igor Lucas, 30, mudaram radicalmente os hábitos desde o início da quarentena. Agora, além da higienização dentro de casa, o que envolve sapatos do lado de fora da residência, higienização das maçanetas em portas e reforço ao lavar roupas, o casal comenta que a limpeza começa bem antes. “Toda ida ao mercado é uma luta agora. Compramos um desinfectante em spray para espirrar dentro das sacolas ecológicas, caixas de papelão e uso pano com álcool em todo resto, embalagens, latas e garrafas”, destaca Fernanda. 

O casal ainda utiliza uma técnica de limpeza para higienizar frutas e verduras. “Em uma bacia com um pouco de água sanitária diluída em água, colocamos as frutas, legumes e verduras, e deixamos de molho por 15 minutos para desinfectar. Só depois lavamos normal na pia”, comenta Fernanda. “Um processo que demorávamos 20 minutos para apenas guardar as compras nos armários, hoje, leva de 40 a 50 minutos. É literalmente, uma viagem”, finaliza. 

Nutricionista alerta para validade dos produtos
No início da pandemia, muitas pessoas buscaram, como alternativa, a estocagem de alimentos em casa, com medo de a situação em supermercados e hipermercados se agravar e haver desabastecimento. No entanto, com o passar dos dias e a reposição dos produtos sendo realizada normalmente nas prateleiras, as pessoas, aos poucos, voltaram aos hábitos anteriores. Mesmo assim, com medo da Covid-19, muitos optam por compras maiores para evitar a ida frequente aos estabelecimentos.

Manter estoque em casa pode gerar vários problemas. Segundo a nutricionista Marcela Mendes, um deles é quanto a data de validade dos produtos. “O consumo de alimentos vencidos pode gerar desde uma intoxicação alimentar até a morte. O tamanho do problema e a reação do corpo frente a estes microorganismos (da intoxicação) vão depender muito do sistema imunológico de cada indivíduo”, detalha. 

Ainda de acordo com a especialista, todos os alimentos apresentam algum tipo de perigo quando consumidos fora do prazo, mas os perecíveis são mais propícios a causarem danos maiores. “Acabam se deteriorando com mais facilidade pela alta concentração de nutrientes e água. Este seria o caso dos iogurtes, queijos, pães, frutas e legumes, por exemplo”, comenta Marcela. 

A nutricionista também reforça a importância de uma alimentação saudável mesmo durante o período de isolamento físico. “Valorizar as frutas, verduras, legumes, além de variá-los no cardápio é importante. Devemos priorizar alimentos que são fontes de vitamina C, como laranja, acerola e açaí. Em contrapartida, devemos evitar o consumo excessivo de alimentos que podem aumentar as inflamações no organismo, como doces e açúcares em excesso, frituras, embutidos, alimentos prontos e congelados, além do consumo excessivo de bebida alcoólica”, finaliza.




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