Economia Titulo Por causa do petróleo
Bolsa tem queda de 12,17%, maior perda desde 1998

Nenhuma das ações do índice Ibovespa fechou no positivo no pregão de ontem

Por da Redação
10/03/2020 | 00:05
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A iniciativa da Arábia Saudita de colocar pressão extra no cenário externo, ao decidir unilateralmente elevar a produção de petróleo em um momento de forte dúvida sobre o nível da demanda, reforçou a onda global de aversão a risco, que resultou em queda de 12,17%, ontem, no Ibovespa.

A perda foi a maior em percentual para o índice brasileiro desde a crise da Rússia, em 1998 – em 10 de setembro daquele ano, a queda foi de 15,83%. O giro financeiro totalizou R$ 43,9 bilhões, o maior do período pós-Carnaval, quando a aversão a risco e a volatilidade se acentuaram com a progressão do coronavírus pelo mundo.

Aos 86.067,20 pontos no fechamento, o principal índice da B3 atingiu o menor nível desde a sessão encerrada em 27 de dezembro de 2018, quando estava a 85.460,21 pontos.

Com o choque de oferta de petróleo anunciado no fim de semana pela Arábia Saudita, em aparente disputa com outro grande produtor, a Rússia, um segundo elemento de peso foi acrescentado a um cenário global já em franca deterioração pelo coronavírus, com a disseminação da doença fora da China, observa o operador da mesa institucional da corretora Renascença, Luiz Roberto Monteiro. “É preciso esperar agora uns dois ou três dias para ver se a situação vai se assentar ou não”, acrescenta.

“O momento é de cautela, o investidor precisa pensar com calma e ter algum sangue frio para não sair no pior momento”, diz o analista da Toro Investimentos Victor Lima, que vê oportunidade de giro em direção a ações de bancos, energia e educação.

Entre as componentes do Ibovespa, a Petrobras marcou 29,7% no fechamento da sessão, na ponta negativa, à frente de CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com -25,29%. Nenhuma ação fechou o dia, que contou com um circuit breaker (pausa das negociações) no positivo.

Entre as empresas com sede na região, a Gafisa teve redução de 20,63%, a Via Varejo de 17,13%, a CVC Corp de 14,77%, a Tegma de 12,25% e a BomBril, de 11,7%. “Para empresas com capital aberto é hora de segurar as pontas, ainda mais para as que vêm com problemas internos”, afirmou a diretora do Inaf (Instituto Nacional do Agente Financeiro) Yasmin Melo, citando o exemplo do indício de fraude fiscal da operadora de turismo.  




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