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GM vai cortar exportações em 20%
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
23/10/2005 | 07:40
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Numa tentativa de atenuar ainda mais os prejuízos causados pelas sucessivas quedas do dólar, a General Motors anunciou nova redução do volume das exportações de veículos para seus principais clientes. A montadora diminuirá em 20% as suas vendas externas para 2006. Neste ano, a empresa prevê um faturamento de US$ 1,4 bilhão com o envio de carros para o exterior.

O recuo das exportações foi anunciado pelo vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto. Com esse corte, a companhia deverá faturar US$ 1,12 bilhão com carros montados e CKDs (sigla em inglês de kits veiculares desmontados). Para compensar o problema, a empresa irá apostar nas vendas do mercado interno.

A revisão das metas de exportação chegou num momento em que o dólar continua em queda livre, em relação ao câmbio usado como base no fechamento dos contratos com outros países. Além da GM, a Ford também divulgou que reduzirá suas vendas externas. Dentro desta medida, a Ford diminuiu a jornada de trabalho na fábrica de São Bernardo para adequar a produção da unidade a esse recuo.

O dólar baixo também preocupa os diretores da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O problema foi um dos assuntos do encontro, nesta semana, entre o presidente da entidade, Rogelio Golfarb, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, no escritório do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em São Paulo.

Só neste ano, a GM revisou duas vezes a expectativa de exportações. A primeira  ocorreu em maio, quando a companhia informou que pretendia repetir em 2005 o faturamento de US$ 1,4 bilhão em vendas externas contabilizado no ano passado. Antes, a meta era de aumento para US$ 1,5 bilhão. Ou seja, um recuo de 6,6%.

Por conta dessa baixa, a GM também diminuiu a produção das fábricas de São Caetano e São José dos Campos, de 45 para 40 veículos por hora. Para evitar outra redução, a aposta da montadora está em novos modelos para o mercado interno, como a terceira geração do Vectra.

Justificativas - O vice-presidente da GM destacou como justificativa para a medida o câmbio baixo. De acordo com ele, os acordos de vendas foram fechados a um dólar de R$ 3, contra um valor médio de R$ 2,25 hoje. Entre os mercados que serão mais afetados, destaca-se o México.

"Eu não discuto mais sobre câmbio baixo. O jeito é mesmo reduzir as exportações e ponto final. Senão, eu vou precisar enviar um cheque no porta-luvas de cada carro vendido para o exterior", reclamou Pinheiro Neto sobre os prejuízos causados com apreciação do Real. Para o executivo, o financiamento liberado pelo BNDES para as exportações só irá amenizar os problemas enfrentados por conta dos prejuízos causados pelo recuo do dólar.




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