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Marrocos e Espanha tentam evitar novo incidente diplomático
Por Da AFP
08/02/2004 | 11:09
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O governo espanhol lamentou neste domingo que diversos de seus caças-bombardeiros tenham invadido, na quinta-feira passada, o espaço aéreo da província de Nador, no Nordeste do Marrocos, devido às más condições meteorológicas. O episódio quase desatou mais um incidente diplomático entre os dois países.

No sábado, o embaixador da Espanha em Rabat, Fernando Arias Salgado, foi convocado à sede da chancelaria marroquina, onde lhe foi entregue uma carta de protestação formal. O documento expressava "a insatisfação com o sobrevôo a baixa altura da província de Nador, no dia 5 de fevereiro pela manhã, por aviões militares espanhóis".

A província de Nador circunda Melilla, encrave espanhol ao norte do Marrocos cujo aeroporto está quase em cima da fronteira, o que obriga os aviões a decolar e pousar a baixa altura.

O ministério espanhol das Relações Exteriores prometeu investigar o fato. Um comunicado oficial do Departamento de Informação Diplomática (OID), emitido neste domingo, ressaltou que "a visibilidade na zona era muito reduzida (5 km), e o teto de nuvens muito baixo (500 metros)".

As condições meteorológicas provocaram um desvio da trajetória dos dois aviões, o que o governo "lamenta", acrescentou o texto.

A OID afirmou que os aviões "eram dois C-101 do grupo de Escolas de Matacán (Salamanca) que se dirigiam a Melilla para realizar exercícios", mas destacou que "não levavam qualquer tipo de armamento, câmeras, ou outros sistemas de observação". "Toda a informação relativa a este exercício foi transmitida por via diplomática às autoridades marroquinas", alegou o comunicado da OID.

O incidente ocorre em momentos em que as relações entre os dois países começavam a melhorar, como demonstrou a visita do dirigente espanhol José Maria Aznar ao Marrocos em dezembro passado. A visita foi feita depois de 15 meses de crise, causados principalmente pelos problemas da imigração clandestina, do conflito do Sahara ocidental, da pesca, da exploração petroleira e da situação dos encraves espanhóis de Ceuta, Melilla, e da pequena ilha de Perejil (norte do Marrocos), objeto de um mal-entendido no ano passado.




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