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Hospital São Caetano mantém indefinição
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
27/07/2010 | 09:45
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O fim não foi anunciado oficialmente, mas o que se vê no Hospital São Caetano é falta de informação e corredores vazios. Apenas dois andares ainda estariam abertos, sendo que um deles para tirar dúvidas dos clientes do plano de saúde Di Thiene.

De acordo com os trabalhadores, apenas alguns serviços - ortopedia, raio-X e clínica geral - continuariam em funcionamento. Porém, a dúvida sobre a continuidade do estabelecimento permanece. "Nós estamos trabalhando com a esperança de que a decisão seja de manter o hospital funcionando", declarou um dos colaboradores.

Conforme apurou o Diário, a decisão sobre o fim ou a continuidade do hospital mais conhecido de São Caetano será passada aos seus funcionários na quinta-feira. Enquanto isso, as informações aos clientes foram postergadas. Quem foi orientado a voltar ontem no local, para saber sobre o plano, recebeu o anúncio de que as informações sairiam hoje.

O Di Thiene possui, aproximadamente, 7.800 conveniados e seus serviços acontecem somente no Hospital São Caetano. Com o fim das atividades, só consultas já marcadas são cumpridas. Quem tentou agendar foi orientado a aguardar as mudanças no convênio, que está em regime de direção fiscal pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Este processo serve para analisar as condições econômica-financeiras do plano e se será possível sua continuidade, mesmo que por outra operadora.

Procurada, a administração do Di Thiene e do São Caetano se negaram a passar qualquer tipo de informação para não-beneficiários. E afirmou que todos os conveniados terão suas dúvidas esclarecidas no hospital.

A aposentada Vita Lourenço disse que foi orientada a voltar no estabelecimento, hoje, para saber o que acontecerá com o convênio. "Eu sempre fui muito bem atendida aqui e não gostaria que o plano acabasse. Mas tenho que saber o que vai acontecer, pois pago cerca de R$ 520 por mês para mim e meu filho. E se não pode mais internar aqui, não vale a pena."

O aposentado Benedito dos Santos também gosta dos serviços e não quer o fim do atendimento. "Já fiquei internado duas vezes aqui e fui muito bem tratado."

Um funcionário, que prefere não se identificar, contou que a direção não informou sobre possíveis transferências se o hospital fechar. "Aí será rua", argumentou. Ele disse que o que segura os trabalhadores no hospital, que são contratados, é a esperança de continuidade. Apenas os especialistas em raio-X são tercerizados, disseram os trabalhadores.

A ANS informou, por meio de nota, que "a operadora é responsável pelo atendimento aos seus beneficiários. Se ela fechou o hospital em questão, terá que oferecer outro compatível para atender os conveniados". A agência orienta que os beneficiários insatisfeitos devem denunciar, ou fazer reclamações, no Disque ANS (0800-701-9656).

Conforme o Diário publicou, fontes próximas indicam que o São Caetano tem dívidas de, aproximadamente, R$ 150 milhões. O Hospital Brasil prestava serviços de gestão econômica-financeira do estabelecimento de São Caetano, porém finalizou contrato. Em nota, o Brasil informa que os passivos acumulados pelo São Caetano "alcançam montantes relevantes que inviabilizam economicamente o hospital", e, segue a nota, "o Brasil "não encontrou solução para tais dificuldades" e decidiu deixar o hospital.




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