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Trio mata dentista queimada em assalto

Bando teria ficado irritado ao descobrir que vítima tinha apenas R$ 30 em conta bancária

Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
26/04/2013 | 07:00
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A dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46 anos, foi brutalmente assassinada na manhã de ontem, em São Bernardo, por pelo menos três criminosos que a roubaram. Os suspeitos teriam ficado irritados pelo fato de a vítima ter apenas R$ 30 em sua conta bancária. Eles jogaram álcool nela e atearam fogo dentro de seu consultório, no Jardim Hollywood.

Segundo o delegado Roberto Bueno Menezes, titular do 2º DP (Rudge Ramos) da cidade, onde o caso foi registrado e as investigações serão conduzidas, Cinthya atendia uma paciente quando o bando chegou. Fingindo ser clientes, entraram, anunciaram o assalto, vendaram a outra mulher e exigiram os cartões bancários da dentista.

A polícia tem imagens das câmeras de segurança do bairro vizinho de Rudge Ramos, onde um dos criminosos aparece antes de sacar dinheiro. Foram feitas duas retiradas, uma de R$ 10 e outra de R$ 20. Irritados com a pequena quantidade de dinheiro, eles voltaram ao consultório, pegaram uma garrafa de álcool que servia para uso clínico e atearam fogo na dentista.

Testemunhas relataram que um quarto integrante do bando permaneceu esperando pelo grupo dentro de um Audi A3 preto estacionado na porta do consultório. O veículo foi localizado por policiais militares da Força Tática de São Bernardo por volta das 20h, no bairro Paulicéia. A mãe de um dos suspeitos, proprietária do automóvel, seria conduzida até a delegacia para prestar depoimento.

Cinthya foi localizada morta pelo próprio pai, o aposentado Viriato Gomes de Souza, 70. Ainda abalado - ele precisou de atendimento médico -, Souza revelou que a dentista não era casada nem tinha filhos. Uma vizinha viu as chamas e o alertou, já que a casa da família fica no mesmo terreno do consultório.

"Quando entrei, ela já estava rígida, sem reação", afirmou. Cinthya sofrera uma tentativa de assalto em 2010 e, desde então, a família pedia para que tivesse mais atenção. "A gente queria que ela atendesse só o pessoal do bairro. Quando fosse um estranho, para chamar a gente. Ela sempre se resguardava, não sei o que pode ter acontecido", completou.

O caso ganhou repercussão, agravada pelo fato de as estatísticas criminais terem sido divulgadas ontem pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) e os índices de latrocínio na região terem aumentado (leia mais na página 1). O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Maurício Blazeck, foi a São Bernardo para saber detalhes das investigações. "Não faltará representatividade por parte do Estado. Iremos até o fim. Vamos trabalhar como a polícia deve fazer, com muita investigação, ouvindo testemunhas para que os autores sejam identificados", disse Blazeck.




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