O clima em Interlagos não poderia ter sido melhor na manhã de ontem, durante os momentos que antecederam o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Sob forte sol, milhares de torcedores chegaram bem cedo para conferir de perto (ou pelo menos tentar) os carros e os pilotos da categoria top do automobilismo.

Apesar do ambiente totalmente predominante do esporte sobre quatro rodas, o brasileiro não deixou de lado a principal paixão: o futebol. Milhares de torcedores eram vistos com a camisa dos times do coração. Alguns vieram de bem longe, para demonstrar que mesmo na Fórmula 1, a paixão pela bola não é esquecida.

"Vim mostrar meu amor pelo Coxa (Coritiba). Esporte sempre tem a garra do brasileiro, independente de modalidade", dizia Murilo Romani, que balançava a bandeira do Brasil e vestia a camisa do Coritiba. Questionado sobre ídolos na Fórmula 1, o jovem não pestanejou.

"O Zonta, que é orgulho para nós curitibanos e já correu na Fórmula 1, é um dos pilotos que admiro, um referencial para a cidade", disse.

Outro torcedor que também fazia questão de mostrar o amor pelo time era Douglas Leandro, 16, fanático pelo Santa Cruz. "Vim representar Pernambuco e mostrar meu amor pelo time", falou Douglas, que estava encoberto pela bandeira do Tricolor Pernambucano.

Para os admiradores do automobilismo que não conseguiram ingressos, ficava a esperança de ver pelo menos uma parte da corrida do lado de fora. Ao lado de dois amigos ciclistas, Roberto Messina tentava acompanhar o GP através de um muro, onde estava apoiado. Os três faziam um passeio rotineiro pela região, quando tiveram a idéia de tentar assistir a Fórmula 1. "O dia está bonito, viemos conhecer ponto diferente da cidade e paramos aqui. Estamos acompanhando, mas sem compromisso. Se der pra ver, tudo bem", disse o ciclista, que fazia coro por Felipe Massa. "Torço por ele, mas sou muito realista. Sei que está difícil", afirmou.

O grande movimento de pessoas nas intermediações do GP movimentou o comércio ilegal. Ambulantes vendiam produtos inusitados, desde aparelhos para dimunuir os ruídos dos motores, até bronzeadores que, segundo os vendedores, tinham a função específica de proteger os olhos.