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G-20 deve aprovar medidas para evitar novas crises
08/11/2010 | 07:17
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O G-20, grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes, terá a oportunidade de aprovar a primeira, e até agora única, série de medidas concretas para dar uma resposta à crise e evitar novos colapsos do sistema financeiro no futuro.

O pacote estará na pauta da semana para aprovação dos líderes do grupo, que se reúnem a partir de quinta-feira (11) em Seul.

Há dois anos, na primeira reunião de cúpula do G-20, a promessa de líderes era de "refundar" o sistema financeiro. Mas, dois anos depois, a reforma que está na mesa para aprovação é bem menos ambiciosa do que muitos países emergentes queriam. "Mas é bem mais do que se fez desde os anos 40", justifica um negociador latino-americano, que esteve envolvido diretamente na elaboração do plano.

Negociadores admitem que há anos o Banco de Compensações Internacionais (BIS, o banco central dos bancos centrais) vinha alertando para os riscos. Mas com uma economia vivendo uma "era de ouro" entre 2003 e 2007, a percepção era de que a reforma poderia esperar.

Agora, o G-20 deve aprovar o acordo da Basileia III, exigindo que bancos mantenham um maior volume de capital em suas reservas para, em caso de crise, ser usado como um colchão e evitar que dinheiro público tenha de ser usado para salvar as instituições financeiras, como ocorreu em 2008.

O pacote começará a ser implementado a partir de 2013 e, até o final da década, todos os bancos devem cumprir as exigências. Mas nem tudo está fechado. O grupo analisará a proposta de criar regras mais duras contra os 30 maiores bancos do mundo, já que uma eventual quebra de um deles levaria o sistema financeiro inteiro ao colapso. São conhecidos como "Instituições Financeiras Sistemicamente Importantes" ou seja, grupos "grandes demais para quebrar". A proposta é de que cada governo nacional apresente um regime de exigências para esses bancos e um plano, caso um deles venha a ter problemas.

A cúpula deve também adotar as recomendações dos negociadores para criar um sistema que reduz o papel das agências de classificação de risco na determinação de investimentos e outras decisões.

Outra medida que deve ser aprovada em Seul é uma maior regulação em relação ao comércio de derivativos. O G-20 deve dar a autorização para que uma série de prazos sejam estabelecidos para que governos incrementem o monitoramento desse mercado, avaliado em US$ 615 trilhões.




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