A indústria brasileira de fundos de investimento deve alcançar a marca de R$ 1,5 trilhão em patrimônio líquido ainda este ano. A projeção é do vice-presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), Demosthenes Pinho Neto. O setor encerrou julho com total de R$ 1,475 trilhão em recursos e apresentou captação líquida de R$ 41,772 bilhões no acumulado deste ano.

Na avaliação do vice-presidente da Anbima, a tendência para os últimos meses é de continuidade nas captações. "Não enxergamos nada que possa significar ruptura até o fim do ano", afirmou.

Uma possível medida que poderia trazer impactos negativos para a indústria seria novo aumento dos compulsórios, que levaria os bancos a ampliar os esforços de captação via CDB, segundo Pinho Neto. "Mas não vislumbramos nenhuma medida do tipo."

Os últimos meses do ano costumam ser sazonalmente positivos para a indústria de fundos, de acordo com Pedro Bastos, diretor da Anbima. "Nesse período, temos o início das restituições do Imposto de Renda, os dissídios salariais de várias categorias e o pagamento do 13º salário", destacou.

Nos primeiros sete meses, os fundos de renda fixa lideraram as captações líquidas de recursos do setor, com R$ 26,482 bilhões, ou 63,4% do total, segundo dados da Anbima. Em seguida, aparecem os fundos de previdência, com R$ 8,772 bilhões.

No período, apenas as categorias DI e FIDC apresentaram resgates líquidos, de R$ 7,2 bilhões e R$ 247 milhões, respectivamente. Em dólares, a indústria de fundos brasileira já é a sexta maior do mundo, com US$ 803 bilhões, atrás apenas de Irlanda, Austrália, França, Luxemburgo e Estados Unidos, segundo a Anbima.