Política Titulo Dança das cadeiras
Prefeitos planejam mudanças por eleição
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
01/03/2010 | 07:00
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A partir dessa semana, a dança das cadeiras será intensificada nos governos municiais e estaduais de todo o Brasil, além do governo federal. Os políticos que exercem cargos nos executivos e visam disputar a eleição de outubro têm até dia 3 de abril (seis meses antes do pleito) para se desligarem. No Grande ABC, quatro cidades serão afetadas com possíveis saídas de seis comissionados do primeiro escalão.

Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá sofrerão trocas no secretariado. São Caetano deve permanecer com a mesma equipe. Em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, ainda não há movimentação de pretendentes para enfrentar as urnas.

Na avaliação do cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, essas alterações, que ocorrem de dois em dois anos - nas eleições municipais e depois na de âmbito federal -, prejudicam o andamento das administrações públicas.

"Nesse período é muito comum as pessoas deixarem as suas funções. Geralmente em ano eleitoral, tudo anda mais lentamente", analisa o pesquisador da FGV (Fundação Getúlio Vargas.

O especialista ressalta ainda que não há previsão de alterações na legislação para evitar esse fenômeno negativo. "A população tem de cobrar os gestores para que seja mantido o mesmo ritmo de trabalho, mesmo com as mudanças de funcionários", frisou Teixeira, ao salientar que os legislativos também apresentam morosidade nas atividades em períodos eleitorais - no entanto, vereadores, deputados e senadores não precisam se desincompatibilizar das funções.

Em Santo André, a secretária de Governo e vice-prefeita, Dinah Zekcer (PTB), é cotada para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. A empreitada tem, inclusive, aval do chefe do Executivo e companheiro de partido, Aidan Ravin.

Em São Bernardo, o vice-prefeito, Frank Aguiar (PTB), pretende retornar à Câmara Federal. O político-forrozeiro deixou de ser deputado em Brasília para atender ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para formar dobrada com Luiz Marinho na corrida pelo Paço Municipal em 2008.

O governo de Mário Reali (PT), em Diadema, pode apresentar duas baixas. O presidente da Fundação Florestan Fernandes (autarquia municipal), Joel Fonseca (PT), deve deixar o cargo para ser candidato a deputado estadual. Já o secretário Rogério Menezes de Mello é uma das alternativas do PV para pleitear o governo do Estado - mas as chances são remotas.

Em Mauá, o secretário municipal de Obras Públicas, Hélcio Antônio da Silva (PT), quer tentar uma cadeira para deputado federal, enquanto o superintendente da Sama (Saneamento Básico de Muaá), Diniz Lopes (PR), objetiva a Assembleia Legislativa.

Ministro e Serra - Cerca de dez ministros do governo Lula devem deixar os cargos. Entre eles a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que disputará o Palácio do Planalto. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), também tem de sair da função caso opte por enfrentar a petista - se decidir pela reeleição, permanece no Palácio dos Bandeirantes. O secretário de Desenvolvimento do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), deve se desligar para a disputa da sucessão de Serra.




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