Economia Titulo Preço
Verduras têm alta de até 13,47% nesta semana
Por Do Diário do Grande ABC
08/02/2010 | 07:02
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O impacto das chuvas que atormentam o sudeste ainda prejudicam o bolso do consumidor. Com mais de 40 dias de tempestades, além da perda na lavoura e dificuldades na distribuição de produtos in natura, as verduras tiveram alta de 13,47% em janeiro e serão os itens mais caros na sacola da feira novamente nesta semana.

Depois de aumentar 60% no Grande ABC na última semana, a alface ainda é item a ser evitado pela dona de casa. Além do preço alto, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) afirma que a qualidade do produto caiu muito. "Os vendedores explicam que as chuvas fortes e o sol de todas as manhã acabam cozinhando a alface", explica a assessoria da companhia.

Para evitar a falta do produto na mesa, o atacadão de São Paulo - e grande fornecedor para feirantes da região - tem optado por trazer o produto do Paraná e do Rio de Janeiro, mas com a chegada dos novos itens, o preço deve subir ainda mais. A Ceagesp não informou qual será o índice de aumento.

O IPS (Índice de Preços dos Supermercados), desenvolvido pela Apas (Associação Paulista dos Supermercados) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) aponta que em janeiro os aumentos mais significativos entre as verduras foram da alface (18,13%), do repolho (15,40%) e do coentro (15,03%). No acumulado dos últimos 12 meses, todas as verduras pesquisadas apresentam altas nos preços acima de 12%, com a maior valorização ficando para o espinafre (37,90%), seguido do coentro (34,46%) e da salsa/cebolinha (33,68%).

Enquanto preços continuam a subir e a qualidade dos produtos a despencar, os consumidores estão optando por substituir verduras na mesa, mas alguns afirmam que nem sempre é a melhor opção.

A dona de casa Josefa Belizardo avalia que a alface ainda é o melhor item da salada para abrandar o calor. "O ruim é que antes eu pagava R$ 1,50 em quatro pés. Hoje, o que eles estão vendendo aqui a R$ 3 não dá nem para fazer uma salada completa. Está tudo muito feio, queimado. Você compra e tem de descartar metade antes de colocar na mesa", conta.

Para evitar pagar muito caro pelo produto, Josefa foi às compras ontem no fim da feira. "Eles abriram cobrando R$ 4, vou levar por R$ 1 e ainda está caro", reclamou.

As críticas de Josefa foram repetidas à exaustão por outras consumidoras na feira de ontem, logo depois de o feirante Edilson Valter Lourenço mudar a tabela de preços. "Elas reclamam da qualidade e do valor, mas não entendem que nós também temos dificuldade para achar itens de qualidade. Os produtores ainda não conseguiram plantar neste ano", justificou o feirante.

Segundo ele, os produtos do chamado cinturão verde foram os mais prejudicados com as chuvas. "A alface ficou 100% mais cara para os feirantes nesta semana. Além disso, coentro, repolho, couve flor também tiveram variação de até 200%. Fica difícil trabalhar assim, porque temos de fazer o transporte também. Somos nós quem buscamos nos produtores e estamos perdendo dinheiro neste início de ano", atesta o feirante José Souza, o Zito.

Para quem prefere substituir os alimentos enquanto aguarda melhores safras, como a dona de casa Andreia Silva, a Ceagesp fornece lista de opções de compra (veja tabela). "Eu optei pelo agrião nesta semana, mas ele também não está bonito, só em preço melhor do que a alface", conta Andreia.




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