O aumento na massa salarial do trabalhador, incluindo o novo salário-mínimo de R$ 510 - que injetará R$ 23 bilhões na economia brasileira -, contribuirá para que a taxa de inadimplência continue em queda livre neste ano, após redução de 14,9% em 2009, segundo o SPC Brasil.

"Ainda não é possível mensurar em quanto o índice será menor. Tudo aponta para um ano muito bom", afirma o presidente da instituição, Roberto Alfeu Pena Gomes.

Com a taxa de juros baixa e o prazo alongado, a prestação cabe no orçamento do consumidor. Levantamento do SPC Brasil mostra que os registros de inadimplentes recuaram 4,98% em dezembro do ano passado em relação a novembro do mesmo ano, e 3,02% em relação a dezembro de 2008.

Gomes destaca que, pela primeira vez, a população das classes C, D e E está sendo valorizada. Para ele, a equação básica para a economia do País crescer está em aumentar os postos de trabalho e reduzir a taxa de juros. "Atualmente, 71% da população encontra-se nestas camadas da sociedade", destaca o presidente do SPC Brasil.

Gomes pondera que se o crescimento no consumo continuar neste ritmo de aceleração, o Banco Central poderá aumentar a Selic (taxa básica de juros) para que o crescimento ocorra de forma estruturada. Juros maiores inibem a tomada de crédito.

A posição do País em relação ao cenário mundial também irá colaborar para que a projeção de queda na inadimplência ocorra. O SPC calcula que a elevação no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro será de 6,1%, atrás apenas da China (9,4%) e Índia (8,6%). "Deveremos ter um dos maiores crescimentos mundiais", diz o executivo.

Pesquisa da instituição indicou que os motivos que levam à inadimplência são: desemprego, gastar mais do que recebe, emprestar o nome a terceiros e problemas de saúde. "O brasileiro é bom pagador, honra seu nome e precisa comprar a prazo para ter seus bens."