Economia Titulo Consumo
Mais caro, feijão é
substituído na região

Preço alto do grão faz com que famílias busquem alternativas para encher o prato; pelo valor, macarrão é um dos escolhidos

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
29/03/2013 | 07:42
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As refeições dos moradores da região estão cada vez mais caras. E o grande vilão das panelas é o feijão-carioquinha – um quilo é custa até R$ 6,99 entre os mercados do Grande ABC, segundo pesquisa feita pela equipe do Diário.

A solução encontrada pelos clientes, para não gastar mais do que o orçamento permite, é trocar o item por outros alimentos. E o macarrão tem sido a alternativa dos consumidores. É o caso, por exemplo, da dona de casa Jusilene Assis, de 30 anos, que diminuiu o tradicional arroz com feijão e investiu na massa. “Faço macarrão a bolonhesa, alho e óleo, com calabresa. Não é a mesma coisa, mas é a forma que encontrei para não ultrapassar o valor que tenho para as despesas do mês. Pode não parecer, mas R$ 4 ou R$ 5 fazem diferença no fim das contas”, afirma. Especialistas alertam, porém, que a massa não tem o mesmo valor nutricional.

O pacote de 500 gramas de macarrão espaguete custa, em média, R$ 1,67. O levantamento é feito com base nos dados da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

Outra opção encontrada pelos clientes é ‘engrossar’ o caldo. “Como a carne (vermelha) está mais barata, em casa colocamos uns cubinhos e deixamos o feijão mais grosso. Desse jeito parece que ele rende mais e, quando fazemos isso, nem precisa de mistura, um arrozinho para acompanhar é suficiente”, brinca o aposentado Reinaldo Teixeira, 52.

A previsão é que o preço do feijão siga elevado nas próximas semanas. Isso porque as chuvas em excesso no início do ano prejudicaram o plantio e a colheita. Por ser uma leguminosa, ao ficar muito úmido, o feijão fica escuro e começa a formar carunchos e isso deprecia o produto. “As prateleiras ficam mais vazias e quanto menos itens, mais elevado o preço”, explica o diretor da Bolsa de Cereais de São Paulo Rui Roberto Russomano.

MAIS BARATO

Para quem não abre mão do feijão, uma opção mais barata é o do tipo fradinho, cujo quilo varia entre R$ 1,98 e R$ 2,59. O preto, que sempre foi opção para o bolso, também está com preço nas alturas. Sai por até R$ 3,99, o quilo. O pacote de meio quilo da lentilha é comercializado a R$ 1,39. Todas essas trocas garantem o mesmo valor nutricional do feijão.

O fato é que o grão segue desde dezembro uma escalada de alta nas sete cidades. Segundo a Craisa, de lá para cá, quilo aumentou 29,9%. Nesta semana houve pequena queda no valor, que passou de R$ 4,91 para R$ 4,84, em média. Redução insuficiente para aliviar o bolso do consumidor.

DEMAIS ITENS

A cesta básica na região apresentou alta de 0,78% nesta semana – R$ 3,38 pago a mais pelo conjunto de 34 itens. O aumento é atribuído aos hortifrutigranjeiros (legumes, verduras, frutas e ovos).

O tomate apresentou a maior variação, de 6,44%, chegando a custar R$ 8,99. “A alta, que antecede o pagamento dos salários, surpreende. A dica é pesquisar, pois a diferença preços para produtos idênticos ou similares ficou em 45%”, cita Fábio De Benedetto, engenheiro agrônomo da Craisa.

Em plena Semana Santa, o consumidor que for aos supermercados deve aproveitar para comprar carne bovina. Pelo baixo consumo nessa época, o preço caiu 1,95%.

 




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