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Amazonas: dá-lhe água!

Estado esbanja grandiosidade em recursos hídricos, extensão territorial e na imponência nos casarões

Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
19/03/2009 | 07:00
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Neste domingo celebra-se o Dia Mundial da Água. E não há atrativo turístico melhor para lembrar a data do que o nosso caudaloso Rio Amazonas. Enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) aponta um cenário desolador, com mais de 1 bilhão de pessoas - cerca de 18% da população do planeta - sem acesso a uma quantidade mínima de água para consumo, o Amazonas esbanja recursos hídricos ao longo de seus 6.437 quilômetros de extensão, desde suas nascentes nos Andes peruanos até a foz, no Oceano Atlântico, integrando a maior bacia hidrográfica do planeta.

Além de a bacia concentrar 74% de toda a água nacional e ser responsável por um quinto do fornecimento de água doce da Terra, seus 23 mil quilômetros de rios navegáveis fazem das embarcações o principal meio de transporte da região. E é por esses caminhos que o turista vai desvendando, pouco a pouco, os encantos da selva, e descobre por que o Estado do Amazonas coleciona ainda o título de primeiro em biodiversidade, com dois terços de todas as espécies de seres vivos do mundo.

Os passeios por rios e igarapés são a melhor - senão única - forma de chegar aos refúgios das espécies mais raras de fauna e flora. E há opções para todos os bolsos: desde embarcações simples, onde dezenas de passageiros dormem em redes; até luxuosos navios que cobram cerca de US$ 100 por pessoa, em cabines com banheiro, ar-condicionado e pensão completa.

As finalidades do passeio são igualmente diversas. Além do simples propósito de locomoção, há expedições para pesca, focagem de jacarés, observação de aves e, claro, para conferir um dos pontos altos de qualquer visita à Amazônia: o encontro das águas escuras do Rio Negro (que desce a uma velocidade de 2 km/h e temperatura média de 28ºC) com as águas barrentas, velozes (7 km/h) e frias (22ºC) do Solimões.

Devido às diferenças de temperatura e densidade, os dois rios não se misturam imediatamente, proporcionando um espetáculo único ao longo de quase seis quilômetros. E é dessa união que o Rio Amazonas renasce ainda mais grandioso para cumprir seu destino rumo ao Atlântico.

Dezenas de barcos partem diariamente do Porto de Manaus para servir de camarote ao embate das duas faixas de água, muitas vezes acompanhado de perto por botos. Mas o tráfego intenso de embarcações normalmente não permite que o turista passe mais que alguns minutos a contemplar o visual.

Se por um lado a pressa deixa o visitante de primeira viagem com um gostinho de quero mais, por outro é a garantia de um roteiro mais completo em atrações, com direito a observação de vitórias-régias, visita a um centro de artesanato indígena e tour de canoa motorizada por igarapés. O passeio custa cerca de R$ 110, incluindo almoço, com partida às 9h e retorno às 16h.

Já os barcos-hotéis alugados por grupos de aficionados por pesca esportiva podem atingir preços bem mais salgados. Um pacote de três dias pelo Rio Madeira para a pesca de tucunarés, tambaquis e trairões, por exemplo, chega a custar R$ 600 conforme a embarcação. Uma espécie de versão natural de pesque-e-pague. Ou melhor, neste caso, pague e pesque.




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