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De volta à lisergia

'A Technicolor Dream' convida o espectador a uma viagem ao cenário cultural britânico dos anos 1960

Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
03/01/2009 | 07:00
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Registro de uma das fases mais inventivas da música pop, o documentário A Technicolor Dream (ST2, R$ 28 em média) convida o espectador a uma viagem ao cenário cultural britânico dos anos 1960. O vídeo traz imagens raras e depoimentos de figuras emblemáticas daquele período, como o escritor Barry Miles, o agitador cultural John ‘Hoppy' Hopkins, além do baterista Nick Mason e do cantor e compositor Roger Waters, ambos integrantes da formação original do Pink Floyd.

Os entrevistados relembram acontecimentos que antecederam a realização da lendária The 14 Hour Technicolor Dream (em português, Sonho em Tecnicolor de 14 horas) - maratona de shows e experiências visuais promovida em abril de 1967, no prédio Alexandra Palace, em Londres. A festança foi organizada para arrecadar fundos para o jornal underground International Times, que, sob o comando de Hopkins e Miles, abria espaço para os roqueiros ingleses e abordava temas como esoterismo e discos voadores. Em março daquele ano, a polícia fechou o escritório da publicação, sob a controversa alegação de que promovia a obscenidade.

"Foi um ato clássico de intimidação policial. Eles teriam fechado qualquer outro jornal, mas não éramos qualquer um", recorda Miles.

CORES E DROGAS
O tecnicolor era um método de coloração de filmes muito comum na década de 1960 e o nome da festa fazia uma analogia entre esse recurso e as alucinações provocadas por entorpecentes. Cerca de 7.000 pessoas compareceram ao local, entre elas personalidades como John Lennon e Yoko Ono, que protagonizou uma curiosa performance artística ao retalhar com tesoura o vestido de uma jovem.

LSD
Ainda com o genial cantor e compositor Syd Barrett (1945-2006) em sua formação, o Floyd encerrou o evento. Na ocasião, o consumo de LSD já provocava os efeitos nocivos que levariam o músico à esquizofrenia e ao afastamento da banda.

Meses mais tarde, Barrett seria visto tocando apenas uma nota durante todo o show do conjunto no UFO Club. "Só percebemos quando já não dava mais para negar que Syd não estava tocando", admite o baterista Manson.

Nos extras do DVD, há quitutes saborosos para quem quiser conferir Barrett em ação: os vídeos de Astronomy Domine, Scarecrow e Arnold Layne.




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