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Secretário ordena que Samu atenda baleados pela polícia

Objetivo é garantir a vida das vítimas e preservar cenas de crimes

Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
09/01/2013 | 07:00
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Resolução assinada pelo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, e publicada na edição de ontem do Diário Oficial determina que a partir de agora todas as vítimas de crimes ou pessoas que tenham sido feridas em confrontos com as polícias Militar e Civil têm de ser socorridas por serviços médicos de emergência, como o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e não mais pelas próprias viaturas das corporações.

O objetivo, segundo Vieira, é garantir a vida das vítimas, como acontece em acidentes de trânsito, e preservar cenas de crimes para a perícia e investigação.

"O Samu possui protocolo de atendimento de ocorrências com indícios de crime buscando preservar evidências periciais, sem comprometimento do imediato e adequado atendimento às vítimas", disse o secretário.

"Isso deveria ter sido feito há 30 anos", opinou o coronel reformado da Polícia Militar e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho. Segundo ele, não há sentido na mudança de tratamento aos feridos. "Em acidentes de trânsito todos sabem que se deve imobilizar as vítimas em macas de sentido horizontal e com socorro adequado. Não há motivo para se mudar isso quando a pessoa é baleada."

O comando da Polícia Militar da região se reuniu ontem para tratar da alteração da norma e de como devem ser instruídos os trabalhos a partir de agora. Em breve, o novo modo operacional deve ser divulgado à corporação.

"O procedimento de tentar salvar a vítima muitas vezes era mal-intencionado. A pessoa já estava morta e tirá-la da cena do crime era uma forma de se desfazer de alguma evidência. Uma prática iniciada muito tempo atrás, quando ainda estávamos em um governo militar", afirmou Silva Filho.

Ele não acredita que a corporação possa ficar insatisfeita com a medida. "Para quem trabalha bem, de forma estruturada, organizada, não altera em nada o trabalho. Isso é demanda maior para quem não age como profissional."

MUDANÇAS

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) anunciou ontem que a delegada Elisabete Ferreira Sato Lei será a diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Capital, responsável pela investigação dos casos de resistência seguida de morte, que a partir de agora deverão ser registrados como morte ou lesão corporal decorrente de intervenção policial.

Sato, há 36 anos na Polícia Civil, substitui Jorge Carrasco, que desde março de 2011 estava no cargo.




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