Único vereador do PT em São Caetano, Pio Mielo se ausentará da Câmara no mês de agosto para ceder sua cadeira temporariamente ao primeiro suplente da legenda, Ricardo Rios. O afastamento do parlamentar foi aprovado na sessão de ontem. Já é a quinta licença cedida a parlamentares são-caetanenses só nesta legislatura.

“A democracia prevê essa rotatividade de atores. Todos os partidos já fizeram isso e muitos companheiros suplentes puderam assumir o mandato por algum tempo e contribuir para a construção do Legislativo”, discursou o petista, que ficará afastado entre o dia 1º e o dia 30 de agosto.

Rios foi presidente do PT em São Caetano e já havia disputado, sem sucesso, a vereança no município. Em 2008 obteve 972 votos, não suficientes para credenciá-lo ao Legislativo. Na época, ainda repercutiam negativamente no município as denúncias de suposto envolvimento do ex-vereador Hamilton Lacerda (PT) na compra de dossiê na disputa pelo governo do Estado, em 2006. O caso ainda está sendo julgado pela Justiça.

Em 2004, Rios abocanhou 921 sufrágios. Já no pleito de 2012, o petista amargou nova derrota – recebeu 812 votos – quando o PT de São Caetano voltou a protagonizar polêmicas de corrupção. Na ocasião, o então candidato do partido à Prefeitura, Edgar Nóbrega, teve de renunciar à disputa após vazar na internet um vídeo em que aparecia supostamente negociando com o então secretário de Governo, Tite Campanella (DEM), oposição branda à gestão petebista em troca de R$ 100 mil para participar da eleição interna à presidência do PT. O caso também tramita no Judiciário.

Oficialmente, Pio alegou que tratará de assuntos particulares durante seu afastamento. Mas sabe-se que a prática de ceder a cadeira temporariamente aos suplentes tem como objetivo dar gás aos não eleitos numa eventual próxima candidatura. “Esse período também vai coincidir com a minha formação acadêmica (está cursando mestrado), além de nos dedicarmos às atividades eleitorais”, argumentou o parlamentar, que deverá coordenar em São Caetano a campanha do candidato petista ao governo paulista, Alexandre Padilha.