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Veteranos do clássico projetam jogo equilibrado no Anacleto Campanella

Ex-lateral Alexandre, que defendeu o Sto.André, e o goleiro Luiz, do São Caetano, preveem disputa tensa

Anderson Fattori e Thiago Bassan
11/04/2014 | 07:10
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Orlando Filho/DGABC


  

Disputar um clássico regional como São Caetano e Santo André é especial para qualquer jogador. A rivalidade faz com que a pressão pela vitória aumente naturalmente e o desempenho em campo pode simplesmente transformar coadjuvantes em protagonistas, e vice-versa. Imagine participar de sete desses jogos, casos do ex-lateral-direito Alexandre e dos ex-volantes Fernando e Sérgio Soares – o último também como treinador – que tiveram essa sensação com a camisa do Ramalhão.

Eles são os recordistas em participações nas 24 edições do clássico do Grande ABC. Depois, aparecem os ex-zagueiros Daniel, Dininho (São Caetano) e Dedimar (Santo André), os goleiros Luiz e o aposentado Sílvio Luiz, ambos pelo Azulão, além do ex-volante Roberto Ramos, ex-Ramalhão, todos com seis clássicos.

Da lista, o único que ainda está em atividade como jogador é o goleiro Luiz que, machucado, não vai defender o Azulão no dérbi de amanhã, às 10h, no Anacleto Campanella. Porém, como profundo conhecedor do clássico, o ídolo da torcida do São Caetano explica o que significa a partida decisiva.

“Todo jogo entre São Caetano e Santo André, seja em qualquer divisão, nunca é fácil. Já joguei contra eles até nos juniores, e sei como é essa rivalidade. Dentro da nossa casa, o Santo André não vai ganhar. Precisamos deste resultado, principalmente para o torcedor. Ganhando o jogo do rival e impedindo que eles subam à Primeira Divisão, para o torcedor vai ser algo muito importante. Particularmente, posso dizer que a equipe vai fazer o máximo para evitar que o adversário venha aqui e faça festa, faça graça, porque é nessa última partida que vamos honrar a camisa do São Caetano. Não vai ter moleza. Aqui dentro ninguém vai bagunçar”, decretou o arqueiro.

Pelo lado andreense, o ex-lateral-direito Alexandre Todoverto lembra dos jogos contra o Azulão, em especial o de abril de 2006, que livrou o Ramalhão do rebaixamento após vitória por 2 a 1, no Anacleto Campanella. “Clássico é sempre muito tenso. Lembro desse jogo de 2006, que precisávamos ganhar. Conseguimos nosso objetivo, mas não foi fácil”, recorda.

Alexandre, que disputou o Paulistão como auxiliar técnico de Fahel Júnior no Rio Claro, prevê equilíbrio. “É um time podendo subir (Santo André) e o outro bem perto de cair (São Caetano). Tudo pode acontecer neste caso e não dá para palpitar”, finalizou.

 

ARTILHEIROS

Além dos veteranos em clássicos, a história aponta quatro jogadores que fizeram dois gols nos encontros: Anderson Marques, Bigu e Somália, todos pelo São Caetano, e Márcio Mixirica, ex-Santo André.

 

Griggio mira fator psicológico para vencer

Com a experiência de quem já passou pelos dois lados do clássico na época de jogador, o técnico do São Caetano, Márcio Griggio, destacou qual o principal fator que pode fazer a diferença para que o Azulão vença: o psicológico.

“Joguei três anos no São Caetano e oito meses no Santo André. A rivalidade é grande. Mas algo bastante sadio. Nunca vi maiores problemas entre as duas equipes. O que pesa em momentos como esses é o fator psicológico. Vence quem tiver maior equilíbrio emocional. Isso consegue canalizar as energias de cada atleta e fazer a diferença”, analisou.

O fato de conhecer boa parte dos adversários que estão no Ramalhão, de acordo com o treinador, não facilita as coisas para o Azulão. “Já fui técnico do Nunes e do Michael na base do São Caetano, joguei com o Ramalho. Sei que eles vão entrar em campo para buscar o acesso. Mas nossa equipe está preparada, cresceu muito nesta reta final e tem totais condições de vencer”, afirmou.

 

ÚLTIMOS AJUSTES

Ontem pela manhã, o Azulão realizou seu penúltimo treino para a partida decisiva. A dúvida na equipe continua sendo o meia Kléber, que terá teste definitivo hoje para saber se tem ou não condições de atuar normalmente durante os 90 minutos. O que atrapalha os planos do treinador do São Caetano, porém, é que os dois principais substitutos do armador, Anselmo e Danilo Bueno, também estão com dores no joelho.

Griggio vai revelar o time que vai a campo somente minutos antes da partida. A tendência é que o volante Rodrigo Thiesen recupere seu lugar na equipe, na vaga de Leandro Carvalho.

 

Tadei pede que time mantenha foco no dérbi

Esquecer momentaneamente os adversários diretos por briga na Primeira Divisão do Campeonato Paulista e focar no clássico contra o São Caetano, amanhã, às 10h, no Anacleto Campanella. Essa foi a principal recomendação do técnico Vilson Tadei ao elenco do Santo André nos trabalhos realizados durante a semana.

Para o treinador, o time precisa concentrar sua força no jogo e depois ver o que aconteceu com São Bento, Marília e Mirassol, que também estão na luta pelas duas últimas vagas no G-4 – o líder Capivariano e o vice-líder Red Bull já garantiram o acesso à elite.

“Temos que continuar trabalhando forte e melhorar o que vem sendo feito para cumprir a nossa obrigação, que é vencer a partida. Só assim continuaremos na luta pela classificação. Estamos em grande sequência (cinco vitórias nos últimos seis jogos), mas não podemos nos acomodar, isso não existe no futebol, sempre dá para melhorar alguma coisa”, comentou Tadei.

O treinador alerta para a dificuldade que deve ser vencer o principal rival. “Clássico é sempre muito complicado, ainda mais com aspecto decisivo como este. Temos que ter concentração para fazer um bom trabalho e sair com a vitória”, explicou o treinador.

Tadei comemorou o fato de poder ter dado descanso aos jogadores durante a semana, treinando apenas nos períodos da manhã, no horário do dérbi. “Tivemos dias bons de trabalho e descansamos bastante também, que é importante nesta reta decisiva. Agora é acertar os últimos detalhes e ir para a partida”, comentou ele, que deve repetir o time que ganhou (2 a 1) do Catanduvense na última rodada. “Só vou mudar se tiver algum problema”, finalizou. 




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