Economia Titulo Crise
Sindicato diz que GM não terá dispensas

Cidão garante que situação em S.Caetano é tranquila apesar dos 1.053 cortes em São José

Por Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
04/01/2014 | 07:07
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


Os trabalhadores da unidade de São Caetano da GM (General Motors) não correm risco de demissões como têm ocorrido na fábrica de São José dos Campos. A informação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

No último fim de semana de 2013, os operários da linha de montagem do modelo Classic do complexo industrial da GM em São José dos Campos tiveram surpresa desagradável. Receberam a informação, por meio de telegrama, de que o contrato de trabalho se encerraria no dia 31 de dezembro. Esse grupo já se encontrava em período de licença-remunerada.

O diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz Moan, falou ontem, pela primeira vez, de forma oficial, que a empresa desligou 1.053 trabalhadores da área de montagem e de manuseio da sua unidade fabril de São José dos Campos. Destacou ainda que já teria conversado com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e afirmado a ele que “não há a menor possibilidade de reversão” das demissões.

Na região, porém, ainda não há indícios de dispensas. “Nós, aqui em São Caetano, já passamos por uma fase de demissões entre agosto e novembro. Mas, depois de muitas negociações com a empresa, tivemos um posicionamento de que a fábrica receberá investimento e que não haverá demissões. Até o momento, não temos indícios de qualquer problema ou mudança de planos”, garantiu Cidão.

O sindicalista disse que a entidade está em recesso e que as atividades serão retomadas no dia 13. “A linha de produção da GM (que está de férias coletivas) só volta no dia 20”, pontuou Cidão.

PREOCUPAÇÃO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou ontem Moan, que também é presidente da Anfavea (Associação Nacional de Veículos Automotores), para cobrar explicação sobre as demissões que estão ocorrendo na unidade da GM de São José dos Campos. “As empresas não podem demitir trabalhadores em condições normais. É verdade que estamos subindo o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros, mas ainda tem uma sobra. Vamos aguardar a conversa com a Anfavea”, disse Mantega.

Quando o governo anunciou a redução do IPI para a compra de veículos, havia acordo para que não houvesse demissões.

No dia 24 de dezembro, o governo publicou decreto aumentando o IPI dos automóveis, mas as alíquotas ainda não voltaram ao patamar original.

POSIÇÃO - Segundo Moan, assinou cláusula de manutenção do emprego no âmbito do acordo que reduziu o IPI dos automóveis. Garantiu ainda que não só o cumpriu como aumentou em 10 mil o total de trabalhadores da empresa.

“A redução do IPI ocorreu em maio de 2012 e, de lá para cá, aumentamos o número de trabalhadores de 145 mil para 155 mil. Não só cumprimos o acordo como elevamos o total de trabalhadores”, disse o diretor da GM.

Pelo que explicou o executivo, o processo de demissão que se concluiu em dezembro de 2013 constava de um acordo assinado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos em janeiro de 2013. “E acordo assinado é acordo que deve ser cumprido”, disse Moan. (com agências)
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;