Política Titulo Claudinho da Geladeira
‘Macro ABC não é
prêmio de consolação’

Claudinho, de Rio Grande, assume a coordenação
regional do PT em fevereiro e fala sobre seu trabalho

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
18/11/2013 | 07:21
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Marina Brandão/DGABC


A partir de fevereiro, Claudinho da Geladeira (PT) será coordenador da Macro PT ABC. O petista de Rio Grande da Serra assume a coordenação do partido com a missão de buscar o consenso nas chapas de deputado estadual e federal. Com tantos nomes colocados, Claudinho admite que a unidade precisa ser alcançada, mas ressaltou que todos os pré-candidatos terão espaço. “Tem espaço para todo mundo. A ideia é viabilizar isso. Nossa meta é eleger maior número de deputados nossos”, destacou. O cenário para candidato a deputado federal está complicado, principalmente em Mauá. A definição passa pela decisão do vice-prefeito e secretário de Habitação em Mauá, Helcio Silva (PT) - ele está perto de anunciar a desistência do projeto federal. Com isso, o vereador Marcelo Oliveira (PT) e o titular da Pasta de Serviços Urbanos, Rogério Santana (PT), se colocam como candidatos. Vanderlei Siraque (PT-Santo André) e Vicentinho (PT-São Bernardo) disputarão a reeleição. Claudinho espera assumir a coordenação com a questão resolvida e os pré-candidatos definidos. “Espero que até janeiro mude”, reiterou. O petista comentou ainda sobre a meta do PT em levar Dilma Rousseff (PT) ao segundo mandato na Presidência e colocar um ponto final na hegemonia tucana no Estado. Avalia que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é melhor opção do que Aloizio Mercadante (Educação), que disputou as duas últimas eleições ao Palácio dos Bandeirantes. “(Padilha) Tem disponibilidade, vontade, carisma e dá uma energia nova ao PT. É um militante-candidato.” Derrotado pelo tucano Gabriel Maranhão na corrida pelo Paço rio-grandense em 2012, Claudinho afirma que o sonho de ser prefeito não acabou e em 2016 seu nome está praticamente colocado. “Precisamos fortalecer o projeto. A ideia de ir para a Macro coloca Rio Grande na regionalidade e isso contempla o que colocamos lá trás. A cidade ficava sozinha antes nas discussões regionais.”

DIÁRIO – Muitos petistas não acreditavam na sua eleição e afirmavam que o cargo na Macro PT ABC era prêmio de consolação para fazer o sr. desistir da candidatura a deputado federal. Agora, com a vitória, o que tem a dizer?
CLAUDINHO – Não foi um prêmio de consolação minha eleição. Fomos construindo. Hoje o PT de Rio Grande é respeitado politicamente. Na eleição passada e no PED houve reconhecimento do nosso trabalho. A campanha para prefeito me ajudou a chegar ao cargo hoje. Conseguimos unidade. Era uma campanha desigual e tivemos um fôlego de igual para igual.

DIÁRIO – Cerca de 55% dos filiados aptos no Grande ABC a votar foram às urnas. Vocês ficaram satisfeitos com o percentual?
CLAUDINHO – A militância foi votar num dia de sol, no qual todo mundo podia se divertir, mas foi lá fazer o PT acontecer no Grande ABC. O que aconteceu no partido não acontece em outra legenda. Não existe uma campanha só do partido, mostrando democracia e unidade, apesar das chapas. Qual partido leva 400 mil eleitores (em todo o País) num domingo? Não vejo outro na historia desse País que faz isso.

DIÁRIO – Regionalmente o partido tem nomes fortes para disputar as vagas na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Como chegar num consenso para que nenhuma candidatura saia prejudicada?
CLAUDINHO – O PT teve 10 mil votos em Rio Grande da Serra (na eleição municipal). Tem espaço para todo mundo. A ideia é viabilizar isso. Nossa meta é eleger maior número de deputados nossos. Conseguimos eleger cinco estaduais e três federais. O nosso desafio é fazer maior número de parlamentares.
DIÁRIO – O Luiz Fernando Teixeira, presidente São Bernardo Futebol Clube, é a grande aposta?
CLAUDINHO – Ele traz um eleitorado mais elitizado e diferente. Fortalece o PT no ABC e em São Bernardo.

DIÁRIO – Mauá está sentindo dificuldade em chegar ao consenso em torno de dois nomes – um estadual e outro federal. A Macro defende apenas uma chapa ou se tiver mais candidatos não haverá problema?
CLAUDINHO – Acredito que conseguiremos um consenso. O que a cidade decidir, vamos estar juntos. Não tenho papel de interventor. O processo que está ocorrendo é natural. A liderança tem que se posicionar. Não tenho poder de ir lá e intervir. Vou para agregar e construir.

DIÁRIO – Não existe risco de racha? A dificuldade de unidade prova que as rusgas ocasionadas na troca de Oswaldo Dias (PT) por Donisete Braga (PT) na reeleição 2012 ainda não foram superadas?
CLAUDINHO – O PED mostrou consenso. O partido entendeu que onde tem disputa e vai para o lado pessoal não avança. O diretório mostrou unidade. Todo mundo entende que nosso desafio é reeleger a Dilma e precisamos estar unidos.

DIÁRIO – A indefinição em Mauá prejudica a articulação petista para a disputa federal?
CLAUDINHO – Teremos Vanderlei Siraque, o Vicentinho e os nomes de Mauá. O cenário está nebuloso. Espero que até janeiro mude. Precisamos esperar o Helcio (Silva, vice-prefeito e secretário de Obras em Mauá) decidir.

DIÁRIO – O PT nasceu no Grande ABC. É muita pressão coordenar a legenda nas sete cidades? A exigência para bom desempenho é maior?
CLAUDINHO – Acredito que saímos fortalecidos do PED. Cada diretório fez seu papel. A militância entende que cada um vai buscar mais a juventude. Como coordenador, eu encontro uma situação mais confortável porque o partido não está rachado.

DIÁRIO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o PT precisa se aproximar dos jovens. Qual estratégia da Macro para dialogar com a nova geração?
CLAUDINHO – O (Humberto) Tobé (atual coordenador) vem fazendo um trabalho importante nas redes sociais e fazendo atividades. Vamos dar continuidade porque ele estará nos ajudando. Eles precisam entender que o único jeito de mudar a história é pela política. As manifestações de junho foram importantes porque mostraram o sentimento da população. Os jovens serão o futuro e vão governar o País. Temos que ouvir a juventude primeiramente.
DIÁRIO – O Lula não aparecia no PT em São Bernardo há seis anos e votou no PED na semana passada. O que essa aproximação vai colaborar com o partido em 2014?
CLAUDINHO – Toda história começou no Grande ABC. Fortalecer a região é fortalecer a história dele. O Lula conseguiu retomar Santo André, o que era quase impossível, e colocou um sindicalista (Carlos Grana) para governar. O ex-presidente está bem de Saúde e é um combustível incrível para nossa militância.

DIÁRIO – A ex-senadora Marina Silva (PSB) aparece na liderança das pesquisas de intenção de voto na corrida presidencial, segundo levantamento divulgado pelo Diário no dia 11 – ela tem 30,9% das intenções de voto e a presidente Dilma Rousseff (PT) figura com 29,7% na região. Como a Macro PT ABC vai trabalhar para reverter esse número?
CLAUDINHO – Temos Santo André e Mauá com os governos deslanchando. Na eleição do PED mostramos uma unificação maior. A campanha é ano que vem. Acredito que a Marina Silva não é candidata. Mesmo que fosse, você teve a visita da Dilma no Grande ABC, quando toda região foi contemplada. A presidente mostrou a estrutura do PAC 2 (Segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento). Quando a militância for para a rua, a situação muda.

DIÁRIO – A conquista do Estado tornou-se uma obsessão para os petistas. A pesquisa de intenção de voto publicada pelo Diário apontou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), em quarto lugar ao ser citado por apenas 4% dos entrevistados. Como quebrar a hegemonia tucana no Estado?
CLAUDINHO – O PSDB vem caindo. Você tem o (ex-governador) José Serra (PSDB), saiu derrotado da eleição (para prefeito em 2012) e perdeu o encanto. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) vem com desgaste porque (os tucanos) governam o Estado há 30 anos. É o mesmo grupo e cenário. Na eleição passada faltaram 60 mil votos para Aloísio Mercadante (PT) ir ao segundo turno.

DIÁRIO – Então, o que falta para o PT conquistar o Estado?
CLAUDINHO – Precisamos nos fortalecer no interior paulista, porque é onde o PSDB está mais forte. O PMDB tem bastante prefeituras e está fortalecido, o que fortalece as vias. O Paulo Skaf (PMDB) sendo candidato enfraquece os tucanos. A disputa terá também o (Gilberto) Kassab (PSD, ex-prefeito da Capital), que sempre esteve aliado ao PSDB.

DIÁRIO – O Padilha foi uma boa escolha?
CLAUDINHO – Vejo que o Padilha tem vontade de campanha. Ele tem disponibilidade, vontade, carisma e dá uma energia nova ao PT. É um militante-candidato.

DIÁRIO – Ele se difere do Mercadante nesse ponto...
CLAUDINHO – O perfil é diferente. Os dois são ótimos candidatos. O povo avalia as candidaturas pela identidade e que consegue ter carisma. O projeto do Mais Médicos deu uma cara a ele e entrou bem na população porque você ouve todo mundo falando. Vai ser a maior disputa do Estado.

DIÁRIO – O efeito (Fernando) Haddad (prefeito da Capital, que começou com baixo índice de intenção de votos no começo da eleição e depois sagrou-se vencedor) pode se repetir em âmbito estadual?
CLAUDINHO – O PT tem 35% dos votos. Hoje, o Padilha já tem 4% dele. Só nessa conta já temos 39% das intenções de voto. Com certeza, o ministro vai ter evolução e terá a campanha mais animada com o Estado. Tem potencial de crescimento. Muita gente não imaginava que isso fosse acontecer, mas aconteceu.

DIÁRIO – O sr. é candidato em 2016?
CLAUDINHO – Minha preocupação é fazer grande trabalho na Macro. Fortalecer essa base para chegar em 2016. Reeleger a Dilma e conquistar o Estado são as metas. O próximo pleito municipal passa por 2014, porque esse resultado é o que vai me credenciar. O PT é fantástico porque a gente não se acomoda. Sair de 2014 fortalecido, todo mundo fica forte.

DIÁRIO – A vontade de ser prefeito em Rio Grande ainda existe?
CLAUDINHO – Com certeza. Precisamos fortalecer o projeto. A ideia de ir para a Macro coloca Rio Grande na regionalidade e isso contempla o que colocamos lá trás. A cidade ficava sozinha antes nas discussões regionais.
 




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