Choques entre manifestantes e policiais deixaram 164 detidos nesta segunda-feira em Santiago, durante a segunda paralisação nacional em menos de uma semana promovida por estudantes secundaristas que exigem uma ampla reforma no ensino público, revelou a prefeitura de Santiago.

Depois de enfrentar a Polícia em diferentes áreas da capital chilena, centenas de manifestantes caminharam pelo Paseo Ahumada, no centro de Santiago, onde saquearam uma livraria, uma farmácia e uma loja de artigos eletrônicos, da qual roubaram televisores, DVDs e outros produtos.

Várias lojas baixaram as portas, enquanto os manifestantes, alguns deles com o rosto coberto por capuz, enfrentavam os policiais com pedradas.

Ao mesmo tempo, cerca de 2.000 seguidores da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR) se reuniram perto do Morro Santa Lucía, para iniciar uma marcha da Alameda até o palácio presidencial de La Moneda.

A Polícia dos Carabineiros impediu o avanço do grupo com jatos d'água e gases lacrimogêneos.

Os primeiros confrontos ocorreram na Praça Itália, onde cerca de 1.000 escolares foram dispersados pela polícia com jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo.

Incidentes semelhantes foram registrados diante da Casa Central da Universidade do Chile, onde cerca de mil estudantes tentaram impedir o trânsito na avenida Alameda.

Mais cedo, os secundaristas montaram barricadas no bairro República, onde ficam várias universidades, e em zonas da periferia de Santiago.

A paralisação nacional foi convocada para exigir do governo da presidente Michelle Bachelet uma ampla reforma no ensino público, a gratuidade no transporte urbano para estudantes e o fim da taxa de exame para o ingresso na universidade.