A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) anunciou o início de obras de saneamento em outros quatro bairros de São Bernardo. O investimento de R$ 12 milhões será aplicado na construção de coletores-tronco e rede coletora de esgoto. As intervenções, que serão iniciadas nos próximos dias, são parte da terceira fase do projeto Tietê, cuja meta é ampliar o índice de tratamento de esgoto no município dos atuais 24% para 90% em 2015 e universalizar o atendimento até 2018.

A nova fase de obras em São Bernardo contemplará 40 mil habitantes dos bairros Anchieta, Centro, Demarchi e Riacho Grande. Conforme explica a presidente da Sabesp, Dilma Pena, as melhorias que estão sendo executadas colaboram diretamente para a despoluição do Ribeirão dos Couros, e consequentemente, dos rios Tamanduateí e Tietê. “Temos um conjunto de obras importantes em São Bernardo para recuperar a qualidade da água.”

A terceira etapa do projeto Tietê teve início em março de 2011. O plano tem meta de construir 43 quilômetros de redes coletoras de esgoto porta a porta e coletores-tronco – investimento de R$ 131 milhões em São Bernardo. As obras estão divididas em três etapas, envolvendo córregos e regiões diversas, como Demarchi, Centro e Baeta Neves. A promessa é beneficiar 490 mil moradores da cidade.

Conforme explica o diretor da Sabesp, João Paulo Tavares Papa, os coletorestronco são tubulações com até 1,20 metro de diâmetro responsáveis por levar o esgoto coletado das casas até a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC, na Capital, próximo à divisa com São Caetano. A estação tem capacidade para tratar 3.000 litros de resíduos por minuto.

O anúncio foi feito durante visita do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), à ETE de Barueri ontem.

Além de São Bernardo, foram contempladas a Capital, Arujá, Barueri, Itaquaquecetuba e Suzano – total de R$ 756 milhões em obras que colaboram para a despoluição do rio Tietê e seus afluentes.

Segundo Alckmin, apesar de a população “às vezes não perceber”, o rio Tietê já dá sinais de melhoras na Região Metropolitana. “Agora, outro trabalho é a questão da poluição difusa. Mesmo que tivéssemos todo o esgoto tratado, o rio não estaria limpo porque continua tendo papel, sujeira, plástico, pneu, armário. Então é importante haver educação ambiental e limpeza urbana, além de recuperação das margens”, enfatiza.

Companhia tem meta de elevar índice de coleta no Grande ABC

As outras duas cidades da região onde a Sabesp opera o serviço de saneamento – Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – também receberam investimentos oriundos da terceira etapa do projeto Tietê. Em Ribeirão Pires, as obras demandam recursos de R$ 34,6 milhões. Já em Rio Grande da Serra, as intervenções somam R$ 18 milhões.

Em Ribeirão Pires, está em andamento a construção de 16,5 km de redes coletoras que atenderão os bairros Jardim Aprazível, Jardim Lusitano, Nossa Senhora de Fátima e Vila Santista, beneficiando 2.700 moradores do município. A proposta é levar os cerca de 13 milhões de litros de esgoto produzidos por mês para tratamento na ETE ABC a partir de 2014. Atualmente são coletados 72% dos dejetos e tratados 70%.

Já Rio Grande da Serra recebeu R$ 18 milhões para a construção de redes de ligação de esgoto, que levam o material até os coletores-tronco. O município tem hoje, proporcionalmente, o pior índice de coleta de esgoto do Grande ABC. Apenas 25% do volume produzido é coletado.