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Favela protesta contra trecho Sul do Rodoanel
Por Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
15/06/2006 | 10:30
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Pelo menos cinquenta moradores do bairro Areião, à margem da Rodovia Anchieta, em São Bernardo, protestaram ontem contra o que consideraram abuso cometido pela equipe de profissionais contratadas pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) para fazer o chamado gerenciamento social do trecho Sul do Rodoanel, empreendimento que corta a região e cujas obras devem começar neste ano. O objetivo dessas empresas é cadastrar as famílias que serão alvo de desapropriação para dar passagem à obra viária. Oito funcionárias do consórcio de empresas Diagonal/ Concremat/ M. Brasil, identificadas com crachá da Dersa, marcaram quatro reuniões com moradores sem avisar as lideranças locais.

Diretores da SAB (Sociedade Amigos de Bairro) do Areião consideram que a empresa de consultoria “atropelou” a entidade. Eles organizaram o protesto e impediram a primeira reunião, marcado para ontem às 10h, na Rua 1º de Maio, pelo menos duas quadras acima da sede da entidade. As funcionárias disseram que foram orientadas a não dar entrevista e tentaram impedir a reportagem de registrar imagens. Mais tarde, buscaram sem sucesso impedir que o Diário ouvisse a conversa que tiveram com o presidente da SAB, José Furtado da Silva e seu vice, João Vicente Filho. Apesar do clima de nervosismo, o conflito terminou sem violência.

Como pré-condição para retomar o diálogo com a equipe de gerenciamento social e ajudá-la na abordagem dos moradores, os dirigentes da SAB exigiram mais transparência e realização de reuniões públicas, para que os moradores tenham condição de avaliar em conjunto o conteúdo das propostas. As funcionárias lamentaram o episódio, pediram desculpas e explicaram que o incidente ocorreu devido a um mal-entendido, porque antes teriam procurado uma representante da SAB. “Nós somos supertransparentes”, disse uma delas, após o grave protesto do vice presidente da SAB.

Consultada pelo Diário, a assessoria da Dersa informou que as profissionais são orientadas a não dar entrevista. Ainda de acordo com a versão oficial, a equipe da Diagonal/ Concremat/ M. Brasil tinha programado quatro reuniões para falar com cerca de 200 famílias que serão diretamente atingidas pelo Rodoanel no Areião, mas houve discordância entre lideranças da área. Ficou decidido então que dentro de 15 dias haverá uma pré-reunião com as lideranças na sede da Dersa, em São Paulo. A data exata não foi informada. Em seguida, a Dersa vai preparar uma reunião exclusivamente com as famílias atingidas e depois, com toda a comunidade do Areião, estimada em 2 mil famílias.




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