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CPI da exploração sexual convoca prefeito maranhense para depor
Por Do Diário OnLine
Com Agência Brasil
12/10/2003 | 14:20
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A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura casos de abuso no Maranhão vai agendar ainda esta semana a data de convocação do prefeito da cidade de Paulino Neves, Josemar Oliveira Vieira (PFL), e do presidente da Câmara Municipal, Edvaldo Oliveira Marques (PFL), ambos acusados de abuso e exploração sexuais contra meninos de rua.

A CPI ouviu recentemente dois jovens que relataram diversos casos envolvendo o prefeito e o presidente da Câmara de Paulino Neves, ambos acusados de aliciar garotos para orgias homossexuais. Os menores, de 14 e 15 anos, relataram ainda que os dois políticos gastam muito dinheiro com os meninos, dando-lhes presentes dos mais sofisticados.

Outro que deverá depor até o final do mês em Brasília é o deputado estadual Camilo Figueredo (PFL/MA), que foi acusado de abusar sexualmente de garotas de 13 anos no município de Codó (MA). O parlamentar está de licença da Assembléia Legislativa por 30 dias, para se recuperar de uma cirurgia no joelho a que se submeteu recentemente em Pernambuco.

Na próxima quinta-feira (dia 16), uma comissão formada pelo Ministério da Justiça para apurar casos de meninos emasculados no Maranhão deve chegar a São Luís. O grupo ficará dois dias na capital, onde realizará uma audiência com representantes do Ministério Público e da Polícia Federal para tratar da elucidação de todos os casos de emasculação e desaparecimentos de meninos que estão pendentes.

Dados da Gerência de Segurança Pública revelam que, dos 22 casos de meninos emasculados e desaparecidos registrados no Estado, 14 já estão esclarecidos. O assassinato e emasculação de garotos na Ilha de São Luís teve início em setembro de 1991, com o assassinato do garoto R.S.C, morador do Paranã, em Paço do Lumiar. Até agora, 22 meninos com idades entre 9 e 15 anos já foram vítimas dessa violência.

De todos os casos, 21 aconteceram na região metropolitana de São Luís e outro ocorreu em Codó, em outubro de 2001. As autoridades ainda não elucidaram por completo os casos.

Os crimes levaram a Organização dos Estados Americanos (OEA) a denunciar, em outubro de 2001, o Brasil por desrespeito à vida e à dignidade. Todos os casos apresentaram características semelhantes. A maioria das vítimas foi violentada sexualmente e teve os órgãos genitais e dedos arrancados. Todos os meninos que foram mortos pertencem a famílias pobres e são do sexo masculino.

O último assassinato ocorreu no dia 15 de fevereiro do ano passado. O menor E.P., 12 anos, morador da Maioba, foi encontrado com os órgãos genitais e os dedos cortados, além de apresentar marcas de violência sexual.




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