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ABC flerta com avanço

Com o aquecimento da demanda de veículos, por exemplo, montadoras estão contratando como poucas vezes se viu

Por Do Diário do Grande ABC
01/07/2008 | 00:00
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O ABC está retomando bons tempos de pujança industrial. Com o aquecimento da demanda de veículos, por exemplo, montadoras estão contratando como poucas vezes se viu. Há na região um claro amadurecimento das lideranças sindicais que, sem abrir mão de alguns direitos, buscam o entendimento à exaustão.

Nos anos 90, segundo a Anfavea, associação que reúne as montadoras, de cada 100 veículos produzidos no País, 75 eram feitos no estado de São Paulo, com forte predominância do ABC. Em 2007, ainda segundo a entidade, 43 veiculos em cada 100 saíram das fábricas paulistas.

O governo de São Paulo está claramente empenhado em conter a sangria. Uma das maneiras para isso foi a recente adoção do Proveiculo, programa que condiciona a devolução de créditos de ICMS gerados na exportação a investimentos em território paulista.

A Ford está utilizando tais créditos para revitalizar a fábrica de São Bernardo do Campo. A maior parte dos recursos exigidos para produzir o compacto KA e a nova linha de caminhões, em gestação, vem destes créditos acumulados, dizia Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul.

O executivo Oswaldo Jardim, 51 anos, que dirige a operação da Ford Caminhões e teve sua base de formação profissional em técnico-mecânico feita na ETE Lauro Gomes, está eufórico com a revitalização de São Bernardo. "Desde 2001, quando trouxemos a fábrica de São Paulo para cá, é a primeira vez que criamos um segundo turno. O País vive um novo patamar e temos que aproveitar as oportunidades para crescer", enfatizava Jardim, que está na região desde os 11 anos quando chegou com a família da mineira Ouro Fino.

Notas

Sindicato Maduro
Os revezes da economia amadureceram os sindicalistas do ABC paulista. A GM, recentemente, ao invés de criar segundo turno em São José dos Campos preferiu adotar o terceiro turno na fábrica de São Caetano do Sul. Motivo: bom entendimento com o presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, conhecido por Cidão. "Foi jogo rápido: fizemos a oferta, ele aceitou sem pestanejar."

Case da Ford
No período de cinco anos, de 2001 a 2006, com um quadro que atingira 11 mil pessoas e estava reduzido a 3 mil, Ford e sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo negociaram um acordo de estabilidade de emprego pelo período de cinco anos. Tal pacto serviu para acalmar espíritos e pavimentar o caminho que permite as condições atuais, quando a Ford está criando 400 empregos na unidade de caminhões, em São Bernardo.

Advertência de Lula
Feijoó estava em palanque armado no centro da linha de produção da Volkswagen da Via Anchieta na cerîmônia dos 15 milhões de carros VW feitos no Brasil, em 2005. A ocasião, solene, foi regada a discurso de Lula, que num dado momento dirigiu-se a um grupo de sindicalistas que dividiam o palco com Feijoó e deu o seguinte recado: "Sempre digo aos companheiros que os tempos mudaram."

Negociação
A federação de metalúrgicos que representa os trabalhadores de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra entregou ontem a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2008 para o grupo 9 (máquinas e eletroeletronicos). Entre as reivindicações está a duração de dois anos para as cláusulas econômicas do acordo e ainda a criação de um fundo para qualificação.




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