O presidente Vladimir Putin "não resolveu o problema checheno. Não pode garantir que esta tragédia volte a se repetir", disse a cientista política Lilia Chevtsova. Não pôde evitar a morte de mais de 90 seqüestrados, mas tampouco cedeu às pressões dos "terroristas", que morreram quase todos.
Do ponto de vista dos especialistas, o Kremlin vai endurecer a operação antiterrorista: a guerra sangrenta que leva adiante o exército russo há três anos se acentuará, os desaparecimentos de jovens chechenos vão continuar, e os soldados russos continuarão morrendo sem poder deter e pôr fim à resistência dos rebeldes.
Por seu lado, os independentistas chechenos vão se reforçar com o desejo de vingança. "Não nos deteremos diante de ninguém", declarou uma mulher do comando, em uma entrevista feita pela televisão NTV nestes últimos dias e difundida este sábado.
"Os comandantes, que se converteram em "mártires", serão substituídos por outros e a luta continuará", disse Movstar Baraiev, chefe dos seqüestradores abatidos sábado. "Não são terroristas. Rogo a Deus que sua missão tenha êxito e que a Rússia compreenda que a guerra não pode solucionar o problema na Chechênia", tinha declarado quinta-feira passada Toita Elmurzaeva, habitante de Grozny que vive há meses em um campo de refugiados no Caúcaso.
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