Atriz amadora, diretora do SUS (Sistema Único de Saúde) e vereadora de São Caetano por uma gestão. Com curriculo diversificado e histórico político relativamente estreito, a aspirante à Assembléia Legislativa Suely Aparecida Nogueira (PSDB-São Caetano) não faz questão de esconder sua falta de afinidade com a política. “Meu marido que é o político de verdade”, afirma a candidata, sem revelar o cargo que o cônjuge ocupa. “Ele é o mentor da campanha, meu coordenador”, arremata em seguida.

Segundo a tucana, sua plataforma eleitoral resume-se a duas áreas de atuação: Saúde e ações sociais. Por considerar São Caetano um exemplo de cidade que “deu certo”, se eleita, a tucana almeja levar à Assembléia “modelos da cidade para outras regiões do Estado”.

Na ânsia de afinar o discurso às necessidades dos eleitores do Grande ABC, Suely se esquece das prerrogativas do cargo que pretende conquistar. “Vamos trazer recursos para a região na área da Saúde e ampliar a demanda de remédios e exames”, diz, sem no entanto, saber que deputados estaduais não podem fazer emendas orçamentárias para um determinado município, apenas para o Estado.

“A Suely Nogueira vai ter de aprender um pouco do assunto, porque ser vereadora é completamente diferente. Acho que ninguém nasce sabendo. Tudo é aprendizado”, admite.

A falta de humanização nos atendimentos, segundo ela, deve ser reavaliada. “Temos que ter pessoas capacitadas para atender. Os funcionários têm que saber tratar as pessoas que chegam nos hospitais”, diz.

Segundo Suely, que afirma participar de uma Ong que cuida de cerca de 200 famílias carentes, medidas que visam a implantação de ações sociais são importantes para o desenvolvimento dos municípios. “Precisamos ter planejamento de ações sociais para tirar essa moçada das ruas e das drogas...Na região estamos cercados de favelas”, ressalta Suely, que acredita no teatro como forma de levar cultura aos jovens.

Anjinha – A minirreforma eleitoral complicou a vida, ou melhor, a campanha de muitos candidatos da região. É o caso de Suely Nogueira, que encontra-se entre os políticos que realizaram campanha antecipada. Ela justifica. “As leis mudaram muito e até a gente tomar conhecimento demora. Sempre que fomos comunicados a gente voltou atrás. Estou me sentindo uma anjinha nessas eleições. Basta dar uma volta por aí...”,

Correligionária do candidato ao governo do estado que está a frente nas pesquisas de intenção de voto, Suely Nogueira garante que, se eleita, não dará continuidade ao bloqueio feito a instalação de CPIs nos últimos quatro anos. “Se eu chegar lá tenho que ser uma representante da região. O partido é importante, mas o povo é que me elege”, afirma a tucana. (Supervisão de Lola Nicolás)