A imprensa portuguesa publicou nesta quinta-feira trechos do diário particular de Kate McCann, acusada pelo desaparecimento de sua filha Madeleine em maio passado, no sul de Portugal, onde se mostra uma mulher esgotada por ter de cuidar de três filhos 'agitados'.

Em seu diário, que teve pedaços publicados pelo jornal Correio da Manhã, Kate "se queixa freqüentemente de que seu filhos são histéricos e fala de Madeleine como uma menina com excesso de vitalidade e que a esgota". Também afirma que seu marido Gerry não a ajuda nas tarefas domésticas e que ela tem que cuidar ainda dos gêmeos.

Segundo o jornal Público, o diário, escrito numa agenda, demonstra a preocupação (de Kate) com o cuidado de seus agitados filhos e a dificuldade que tem em discipliná-los.

Os acontecimentos posteriores ao desaparecimento de Madeleine, a angústia e o desespero de sua mãe, a solidariedade de seus amigos e o impacto do caso na mídia são outros elementos citados no diário, cujos detalhes interessam muito à polícia para investigar se existem contradições nos depoimentos da mãe, explica o jornal Público.

De acordo com a imprensa, as cópias da agenda de Kate, que voltou à Inglaterra no domingo passado junto com seu marido, "foram feitas durante uma revista da residência dos McCann há mais de dois meses". Por sua parte, o jornal 24 Horas afirma que o diário está nas mãos da polícia judicial.

Já o Jornal de Noticias afirma que a promotoria pediu ao juiz de instrução que "valide o embargo da agenda de Kate e de outros documentos pessoais e íntimos", como a correspondência.

Investigação - Estes documentos foram acrescidos ao informe da investigação da polícia judicial, mas, segundo a legislação do país, só poderão ser utilizados na acusação com o consentimento do juiz de instrução, Pedro Danielo dos Anjos Frias.

Segundo o Público, a promotoria recomendou ao juiz que ordene a volta de Kate McCann a Portugal para que possa novamente ser interrogada pelos investigadores do caso.

A promotoria de Portimão (sul de Portugal) decidiu na terça-feira transferir o dossiê da investigação do desaparecimento de Madeleine McCann a um juiz de instrução.

O dossiê judicial também inclui os resultados das análises dos restos de sangue e fluídos corporais encontrados no carro alugado pelos pais, e que poderiam pertencer à menina. Também foi encontrado resto de sangue no quarto onde Maddie dormia quando desapareceu.

A família McCann e a imprensa sensacionalista britânica têm criticado duramente a investigação. Entretanto, o ministro português da Justiça, Alberto Costa, declarou "possuir plena confiança no trabalho da polícia judicial".