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'ABC receberá atenção especial', diz Alckmin
Por Vinícius Casagrande
Do Diário do Grande ABC
19/10/2002 | 20:32
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O Grande ABC é uma região importante para o desenvolvimento de todo o Estado de São Paulo. Esta é a avaliação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição. Este fator, ressalta o governador, vai fazer com que, se eleito no próximo dia 27, as sete cidades da região tenham uma atenção especial.

Em entrevista exclusiva ao Diário, o governador citou diversas obras feitas pelo atual governo e disse que pretende aumentar os investimentos. Entre os principais pontos, citou a instalação da Fatec (Faculdade de Tecnologia) em Mauá e prometeu outra para Diadema no próximo ano. Para ele, neste momento é mais importante faculdades públicas e gratuitas voltadas à vocação da região do que a criação de uma Universidade do Grande ABC.

Para o desenvolvimento da região, Alckmin citou obras importantes como a duplicação da rodovia dos Imigrantes e a construção da Asa Sul do Rodoanel, que deve ter início no fim do próximo ano. No setor de transporte, Alckmin afirmou que o Metrô está chegando ao Grande ABC com a ampliação da Linha 2 e citou a recuperação das linhas de trem. O governador afirmou também estar confiante na vitória no segundo turno. “Quero fazer um governo com a minha marca”, afirmou.

DIÁRIO – O sr. tem dito muito sobre as realizações no Grande ABC e das várias obras, mas isso não reverteu em votos na região. Das sete cidades, o sr. ganhou apenas em São Caetano. A que o sr. atribui isso?
GERALDO ALCKMIN – Na realidade, o Grande ABC tem uma presença muito forte do PT, tanto em nível de prefeitos como presença das lideranças na região. É natural que o PT tenha uma votação maior, mas acho que vou reverter no segundo turno e acho que posso agora ampliar o número de votos. Temos um trabalho grande na região que vamos expandir. É nossa absoluta prioridade.

DIÁRIO – Quais são os projetos?
ALCKMIN – O primeiro ponto do meu programa de governo, a primeira diretriz, é o governo empreendedor: desenvolvimento, emprego e renda. E o Grande ABC é essa grande plataforma para o desenvolvimento. Então, primeiro: recursos humanos. Todo esforço no chamado governo educador para melhorar a qualidade da escola, ampliar o ensino técnico e o ensino profissionalizante e ampliar as faculdades públicas voltadas à vocação da região. O Grande ABC tem forte potencial, além do parque industrial de pólo tecnológico. Já criamos e instalamos a primeira Fatec (Faculdade de Tecnologia) em Mauá e vamos instalar outras Fatecs, que são faculdades públicas e gratuitas. E a grande plataforma para exportação, o Porto de Santos regionalizado e a duplicação da Imigrantes, que fica pronta agora em dezembro, o Rodoanel inaugurado e já licitamos o projeto executivo da Asa Sul Rodoanel, que chega até o Grande ABC.

DIÁRIO – O senhor falou das Fatecs e que devem ter outras. Já há alguma programada?
ALCKMIN – A próxima vai ser em Diadema, acho que no ano que vem. A de Mauá já está funcionando e, com isso, vamos criando uma rede de educação para o trabalho de ensino técnico e ensino profissionalizante voltados ao emprego local.

DIÁRIO – Além das Fatecs de Mauá e Diadema haverá outras?
ALCKMIN – Nós pretendemos ampliar mais e estamos, além das Fatecs, ampliando a universidade pública e gratuita neste ano. Pusemos R$ 50 milhões a mais no orçamento e no ano que vem R$ 63 milhões a mais. Agora, estamos discutindo com o Coresp, que é o Conselho de Reitores das Universidades de São Paulo, a localização desses campos.

DIÁRIO – Uma das bandeiras dos deputados eleitos pela região é exatamente colocar uma universidade pública no Grande ABC. Poderia estar incluído nesse projeto?
ALCKMIN – Já foi até criada por lei a Universidade Pública do Grande ABC, como também foi criada por lei a Universidade Pública da Baixada Santista e tem uma dezena de projetos na Assembléia Legislativa com o mesmo objetivo. Acho melhor a gente, na prática, criar as faculdades públicas. O Grande ABC nunca teve uma universidade pública gratuita, a Fatec foi a primeira. Na prática, a gente deve ampliar as faculdades públicas gratuitas voltadas à vocação econômica regional, trazer novos campi para a região, do que estar fazendo universidade. Senão, daqui a pouco vamos ter umas dez universidades

DIÁRIO – Na verdade seriam faculdades específicas para os setores necessários?
ALCKMIN – Seriam faculdades específicas para a vocação econômica da região e campi das nossas universidades. Nós podemos trazer campi da USP, um campus da Unesp para o Grande ABC. E no futuro nós podemos discutir melhor a questão da universidade. Acho que precisamos resistir à tentação de cada região ter a sua universidade. Neste momento, nosso compromisso é de ampliar as Fatecs e ampliar os campi das universidades já existentes. Para isso, o ano que vem já tem R$ 63 milhões a mais no orçamento.

DIÁRIO – O senhor citou a inauguração do Asa Oeste do Rodoanel e que a Asa Sul começa a ser licitada no ano que vem. Como está a Asa Sul?
ALCKMIN – Já licitamos o projeto executivo. Depois de pronto o projeto executivo licitamos a obra propriamente dita. E nós não vamos licitar com o projeto básico, até para não ter os problemas que tivemos na Asa Oeste. Só vamos licitar com o projeto executivo concluído.

DIÁRIO – E para quando as obras têm uma previsão de início?
ALCKMIN – Acho que no fim do ano que vem, porque tem de terminar o projeto executivo para licitar. A nossa prioridade é a Asa Sul, porque chegamos à Imigrantes e até ao Grande ABC. E a outra obra que nós vamos executar também o ano que vem, e que está incluída no programa do BID, é a ampliação da rodovia Índio Tibiriçá. Ela vai ter recapeamento, mais uma faixa, acostamento pavimentado, sinalização, obras de arte e obras de segurança. É uma grande ampliação da rodovia Índio Tibiriçá.

DIÁRIO – Essa obra está prevista para quando?
ALCKMIN – Está incluída no programa do BID e a obra deve estar sendo iniciada no início do ano que vem. Assinamos um contrato com o BID de US$ 240 milhões para recuperação e ampliação de rodovias, sendo US$ 120 milhões do Estado e US$ 120 milhões do BID. Ou seja, está garantido, porque estão garantidos os recursos.

DIÁRIO – O sr. citou diversas obras para o Grande ABC, como o Poupatempo, piscinões, a duplicação da Imigrantes. Para o próximo governo os projetos são essa continuidade ou há novidades?
ALCKMIN – As prioridades são as prioridades da região. Eu acho que o governo moderno é o governo participativo. É o governo que interage com a sociedade civil. As nossas prioridades são aquilo que a região entender que é prioridade. O que tem sido colocado de maneira muito correta na Câmara do Grande ABC é a questão das enchentes, que praticamente vão desaparecendo. Não podemos parar e temos de continuar com esse trabalho. Hoje, temos na Bacia do Alto Tamanduateí 13 piscinões. São dez prontos e três em obras e um outro em licitação, além do alteamento das pontes em São Caetano. Na área da saúde, o Hospital Estadual de Diadema (ex-Serraria) já está funcionando e agora é colocar em plena carga o Hospital de Clínicas de Santo André, que vai ser referência para toda a região. A outra área é a Segurança Pública para a gente poder avançar com Infocrim, Copom Online, ampliação de efetivo e delegacias padrão Poupatempo. Além disso, os programas sociais. Levamos o restaurante Bom Prato e vamos ampliar as frentes de trabalho.




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