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Protesto critica fechamento de vagas em colégio de S.Caetano

Munícipes foram à Câmara pedir que Paço retome o 1º ano do ensino médio no Oscar Niemeyer

Arthur Gandini
Especial para o Diário
17/11/2021 | 00:30
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Celso Luiz/DGABC


Alunos, pais de estudantes e professores da escola municipal Oscar Niemeyer, em São Caetano, protestaram ontem contra a extinção do ensino médio no colégio. Em torno de 20 pessoas da comunidade escolar levaram cartazes na sessão da Câmara Municipal de São Caetano, no Centro da cidade, com frases como “O Oscar é nosso”, “Mães na luta pelo ensino médio” e “O ensino médio fica”. Houve bate-boca dos manifestantes com o líder do governo, vereador Gilberto Costa (Avante), enquanto o parlamentar fazia discurso em defesa da Prefeitura.

O Paço, sob comando do prefeito interino Tite Campanella (Cidadania), anunciou na semana passada que, a partir do ano que vem, não serão abertas novas turmas de ensino médio no colégio. Cerca de 90 alunos devem ficar sem vagas e terão quatro alternativas: matricular-se em um colégio particular; concorrer a bolsas no colégio da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) com base em seu histórico escolar; pedir transferência para o colégio municipal Alcina Dantas Feijão, que fica pouco mais de dois quilômetros de distância da Oscar Niemeyer; ou procurar por escolas públicas da rede estadual. Apenas quem está matriculado no 2º e 3º anos terão direito de concluir os estudos na escola.

Regiane Passero, 49, é mãe de uma das alunas e era uma das pessoas que mais se manifestaram ontem na intervenção na Câmara. Ela conta que se mudou da Capital para São Caetano há três anos em busca de um colégio melhor para a sua filha, que possui baixa visão e necessita de inclusão para PCDs (Pessoas com Deficiência). Conseguiu a vaga para a filha após ingressar na Justiça contra a Prefeitura. A jovem tem acesso hoje, por exemplo, a folhas de provas com a letra aumentada. Regiane teme que a filha tenha que ser transferida para a Alcina Dantas, escola apontada hoje pela comunidade escolar como um local sucateado. “O Oscar dá todo o suporte a ela. Ela não tem a menor condição de estudar na Alcina. Eu mudei toda a minha vida para São Caetano. Agora voto aqui e pago os meus impostos”, reclama.

Futuro

Integrantes da comunidade relataram ao Diário que temem que mesmo as vagas de quem está matriculado no 2º e 3º anos não estejam garantidas. Afirmam que deve ser difícil conseguir professores que consigam se adaptar aos horários de uma escola com poucas turmas na modalidade. Outro temor é que a Prefeitura também encerre o ensino médio na Alcina Dantas, o que resultaria na extinção da modalidade em toda a rede municipal.

A Prefeitura alega que, com o remanejamento de alunos, deve haver uma expansão de 1.200 para 1.300 vagas de ensino médio na rede. Os manifestantes divulgaram carta que critica o fato de vagas como bolsistas no colégio da USCS entrarem para a conta. A universidade é uma autarquia, tem independência administrativa do Paço, e faz a cobrança de mensalidades. O receio é que as bolsas possam ser extintas a qualquer momento. “É uma questão delicada e, por vezes, enganosa. Sendo uma autarquia, a gente não consegue ter clareza dos trâmites internos, é uma burocracia”, alerta Arlete Feres, presidente da Aspescs (Associação dos Profissionais de Educação de São Caetano).

O Paço não quis comentar as críticas sobre o oferecimento das bolsas na USCS.




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