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Areia de quadra invade casa e tira o sono de mauaense

Produtor musical precisa limpar a residência todos os dias para se livrar do pó acumulado

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
29/09/2021 | 00:01
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Celso Luiz/ DGABC


Morador há 45 anos da Vila Santa Cecília, em Mauá, o produtor musical Sérgio Eduardo Matos Cruz sofre diariamente com tempestade de areia que invade sua casa. O problema começou no ano passado, com a instalação da quadra municipal de areia, localizada embaixo do Rodoanel Mário Covas. 

Mesmo quando a quadra está desocupada, a areia, que segundo o morador é uma mistura de terra com areia de construção, chega até os cômodos da casa, que ficam totalmente empoeirados. A sujeira penetra em todos os objetos, desde o carro estacionado na garagem até as plantas na sala, e os aparelhos musicais localizados nos fundos da residência. 

Além do constante acúmulo de sujeira nos ambientes, o excesso de pó também afeta a saúde de Cruz e da sua filha, de apenas 14 anos. Os dois sofrem com rinite alérgica, que é causada pelo pó, bolor, pólen, ácaro, entre outros fatores. Por conta disso, o mauaense precisa tomar remédio diariamente para aguentar o excesso de pó em casa.

A tempestade de areia também trouxe prejuízos financeiros para Cruz. “Durante esse período, a conta de água basicamente dobrou, antes eu pagava R$ 70 e hoje é em torno de R$ 140. Para tirar toda areia da casa preciso jogar água em praticamente tudo, não tem outra solução”, explica o produtor musical. 

Seus materiais de trabalho também foram danificados. Cruz perdeu dois equipamentos: um gravador digital da década de 1980 e uma mesa de som. Juntos, os equipamentos somam prejuízo financeiro de cerca de R$ 5.000.

FALTA DE MANUTENÇÃO

Para brincar na quadra de areia as crianças precisam desviar de diversos obstáculos, como fezes de animais, lixo e até pertences de pessoas em situação de rua, que utilizam o espaço como moradia. Outro perigo para quem decide jogar bola no local é a trave do gol, que está solta e corre o risco de acertar alguma criança durante a brincadeira. 

Cruz ressalta que já questionou a Prefeitura sobre a manutenção da quadra e até sobre a falta de zeladoria na região, mas não obteve retorno. “O serviço de varrição e capinação basicamente não existem aqui, nunca vi passar. Todos os dias preciso limpar toda a minha rua, porque não tem ninguém que irá fazer. A praça ao lado da quadra é cuidada pelos próprios moradores. Além de fazer a limpeza da nossa casa, também precisamos cuidar da zeladoria urbana da região”, conclui Cruz.

Procurada pelo Diário, a Prefeitura de Mauá não respondeu à demanda até o fechamento desta edição.




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