Deputado propõe medida até que o Banco Central aumente a segurança do sistema de pagamento, utilizado por criminosos na aplicação de golpes
Projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de São Paulo quer suspender as transferências de dinheiro via Pix nas 645 cidades paulistas até que o BC (Banco Central) corrija as falhas de segurança no sistema, que colocam os usuários em risco.
O Pix é um conforto, sem dúvida, mas ainda precisa evoluir e oferecer garantias e segurança a todos”, diz o autor da proposta, deputado Campos Machado (Avante). “Antes de lançar sistema assim, é preciso pensar em todos os cenários, pois os bandidos se adaptam aos novos tempos”, completa.
Lançado em novembro de 2020, o Pix desburocratizou a transferência de recursos entre contas, que passou a poder ser feita durante 24 horas. Campos Machado afirma que sequestros-relâmpago aumentaram 40% no Estado a partir dessa data, pois os criminosos recorreriam ao sistema para negociar o resgate das vítimas.
Invocando dados que teriam sido repassados pela Fundação Procon-SP, o parlamentar cita ainda que golpes com o uso do Pix desviaram R$ 100 milhões em uma semana em São Paulo. “Um Pix não pode valer mais do que uma vida”, diz o deputado estadual, para quem é inadmissível que a tecnologia traga insegurança ao cidadão e contribua para aumentar o índice de criminalidade no Estado.
O projeto de lei número 583/2021 foi protocolado em 3 de setembro e ontem entrou na pauta de votação. Segundo o texto, a lei deve ser revogada imediatamente após o BC tornar o sistema mais seguro, corrigindo as falhas na segurança.
Campos Machado diz ser favorável à existência do Pix, sistema utilizado quase 1 bilhão de vezes por mês para realizar transferências. “O objetivo é apenas exigir do Banco Central maior rigor para evitar que a bandidagem se aproveite dos correntistas e siga promovendo toda a espécie de crimes. Precisamos que as autoridades saiam na frente para evitar mais sequestros e mais mortes”, sintetiza o parlamentar.
De acordo com o político, o presidente do Procon em São Paulo, o ex-deputado estadual Fernando Capez, demonstrou apoio à sua proposta. “Precisamos chamar atenção para esse perigo, até porque tem autoridades policiais que ainda estão cegas diante do que está acontecendo”, cita Campos Machado. Em tese, a Assembleia paulista não pode legislar sobre assuntos federais, caso do Pix.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.