Política Titulo Mobilidade
Suzantur tem caminho livre, aponta CPI

Relatório preliminar da comissão revela que Paço de Mauá não fiscaliza concessionária do transporte

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
31/07/2021 | 00:46
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Relatório preliminar da CPI da Suzantur, na Câmara de Mauá, revela que a empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade há quase uma década tem caminho livre para operar o sistema sem correr o risco de ser enquadrada pelo poder público.

Em suma, o relatório das investigações aponta várias incongruências no cumprimento dos serviços por parte da Suzantur, que detém a concessão desde 2013. No que se refere à fiscalização do cumprimento do contrato, a comissão chegou à conclusão de que o processo é “frágil” e que há até certa submissão por parte do Paço mauaense.

“Verificou-se a fragilidade no sistema de fiscalização. Tal premissa é confirmada pela constatação de que não há muitos registros de diligências pelo poder concedente, ou seja, a empresa concessionária apresenta relatório periodicamente, mas não há despachos, pareceres ou providências quanto à documentação apresentada. Há tão somente a aceitação e silêncio sobre os documentos apresentados se prestando o Poder Executivo a efetuar despacho tão somente para emitir documento que comprove a capacidade técnica da empresa concessionária”, diz trecho do relatório, ao qual o Diário teve acesso.

Um fato apurado pela CPI que exemplifica a falha no controle da prestação de serviços por parte da Suzantur na cidade é a data da última ordem de serviço (que orienta a condução da operação dos coletivos, a depender da demanda e da oferta dos veículos). “Considerando o aumento populacional e mudanças na sociedade em relação à implementação da infraestrutura, é de se estranhar que última ordem de serviço é do ano de 2019 e que, desde então, não houve novos estudos para melhoria e adequação do transporte público”, questiona a comissão.

A CPI da Suzantur foi aprovada em fevereiro após várias tentativas da casa, na legislatura passada, de investigar a prestação de serviços, sobretudo no que diz respeito ao número de carros que a empresa coloca na rua abaixo do que é exigido no contrato. Neste ano, a abertura da comissão obteve apoio, inclusive, da base do governo do prefeito Marcelo Oliveira (PT), o que indica possível mudanças na relação entre a empresa e a cúpula do Paço.

Entre as irregularidades investigadas está o fato de a Suzantur exportar ônibus da frota de Mauá para rodarem em outras cidades onde a empresa também detém a concessão do transporte público, como Santo André e Mauá. Nesse caso específico, a comissão constatou que a apuração interna, aberta pela própria Prefeitura, estava engavetada, ou seja, sem movimentações até a CPI requisitar os documentos.

Assinado pelo presidente da comissão, Erismar Soares Clementino, o Mazinho (Patriota), o relatório é preliminar e, portanto, ainda não conclui sobre a existência de irregularidades e possíveis responsáveis. O documento ainda deve ser formulado, com base em orientações e novas diligências solicitadas pela CPI.  




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