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Bolívia pede compreensão ao Brasil por nacionalização do gás
Da AFP
03/05/2006 | 13:25
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O presidente da YPFB (Yacimiento Petrolíferos Fiscales de Bolivia), Jorge Alvarado Rivas, garantiu ao Brasil e à Argentina o abastecimento de gás e lhes pediu compreensão pela decisão de Evo Morales de nacionalizar o petróleo e o gás.

Às vésperas de uma cúpula presidencial com os dois países e a Venezuela, Alvarado Rivas pediu, em entrevista a uma rádio, que haja "compreensão por parte dos presidentes da Argentina e do Brasil sobre esta posição tomada pelo governo boliviano, que é patriótica".

O funcionário assegurou que o abastecimento de gás para estes dois países está garantido. "De maneira alguma", respondeu Alvarado Rivas à rádio Continental de Buenos Aires, ao ser consultado sobre a possibilidade de que a Bolívia reduza as vendas de gás. Ele insistiu que "será respeitado o acordo de compra e venda que existem entre a Argentina e o Brasil e qualquer outro país com o qual haja convênios".

O funcionário ratificou, no entanto, que "o preço da venda vai ser aumentado tanto para a Argentina como o Brasil, e por isso em alguns dias serão iniciadas negociações. "Sabemos que estamos vendendo a um preço muito baixo com relação ao valor internacional", insistiu.

Alvarado Rivas admitiu a "lógica preocupação" da Espanha e do Brasil, cujas empresas petroleiras Repsol YPF e Petrobras têm importantes investimentos na Bolívia. Ele insistiu, no entanto, que a decisão de seu governo de maneira alguma vai prejudicar as relações com o presidente Lula ou a Espanha.

"Não queremos expulsar as empresas transnacionais que operam em nosso país. Não estamos confiscando absolutamente nada. O que queremos mais é um diálogo para que eles continuem trabalhando e operando em nosso país", afirmou Rivas ao frisar que o interesse da Bolívia é "criar empresas mistas com a YPFB".

Os presidentes Néstor Kirchner (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela), Luiz Inácio Lula de Silva e Evo Morales (Bolívia) se reunirão nesta quinta-feira, na cidade argentina de Puerto Iguazú, para analisar o impacto da medida na região.




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