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Agenda regional inclui teatro, pífanos e violas
Por Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
23/06/2001 | 17:34
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A programação de espetáculos populares no Grande ABC neste domingo é bem variada. Música caipira tradicional na Emia (Escola Municipal de Iniciação Artística) Chácara Pignatari, em Santo André, e peças nos teatros Lauro Gomes, em São Bernardo, e Santos Dumont, em São Caetano, são as principais atrações.

Criada em 1924, a Banda de Pífanos de Caruaru, um dos símbolos da autêntica música sertaneja nordestina, é o destaque do projeto São João Visita Santo André, na Emia Chácara Pignatari. O grupo, que lançou seu nono disco, Tudo É São João, no ano passado, toca a partir das 16h30, mas o evento começa às 10h, com oficinas e brincadeiras para crianças. Com músicas caipiras tradicionais ligadas ao tema da missa sertaneja celebrada pelo padre Jorge Wasilewski às 14h45, a Orquestra de Violeiros de Aparecidinha também participa do evento.

O Último Carro é a peça no palco do Lauro Gomes, às 20h30. A montagem integra a Mostra Regional de Teatro Adulto de São Bernardo. O texto é de João das Neves e a direção de Georgette Fadel. Em cena, a Cia. Assim que É..., nascida na ELT (Escola Livre de Teatro), de Santo André. Um trem desgovernado, na iminência de um desastre, serve como metáfora da situação social e econômica brasileira. Personagens propõem como salvação o desligamento do último vagão, mas enfrentam a oposição daqueles que pretendem manter a situação e apelam para discursos demagógicos e religiosos.

A apresentação da peça Queda Para o Alto, baseada na autobiografia de Sandra Mara Herzer, está marcada para as 20h30, no Santos Dumont. Carlinhos Lira, diretor do MCTA (Movimento Cultural Teatral e de Artes), de São Caetano, assina a adaptação do livro. Miguel Rocha dirige a Cia. de Teatro Heliópolis, formada por jovens moradores da favela. Queda Para o Alto retrata os horrores sofridos por Sandra, que se suicidou aos 20 anos, quando era interna da Febem. O contraponto está na poesia da autora.

No momento, Lira prepara o musical infantil Coração de Vidro, baseado na obra de José Mauro de Vasconcelos, autor de O Meu Pé de Laranja Lima. Além de abordar a inocência infantil, a peça tem um viés social, pois coloca em cena cerca de 60 crianças de até 13 anos, todas moradoras de Heliópolis. “A idéia é ajudar a derrubar o preconceito contra o pessoal de favela, que também pode produzir cultura”, diz.

Além do infantil, Lira trabalha naquela que considera “a grande obra do MCTA”, a adaptação de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, com a qual o grupo comemora 25 anos de atividades. A estréia está prevista para outubro, em São Caetano. “Trata-se de um espetáculo multimídia, com música ao vivo e que mistura imagens dos atores projetadas em telões com os próprios atores em cena”, afirma o diretor.




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