Política Titulo Transporte
Pinheiro é contra CPI da
mobilidade em S.Caetano

Prefeito diz que instalação da CPI causaria 'emperramento' dos trabalhos tanto no Legislativo quanto Executivo no município

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
04/05/2013 | 08:44
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O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), declarou que é contra a instauração da CPI da Mobilidade. A comissão teria o objetivo de apurar supostas irregularidades ocorridas na licitação e contrato firmados com a Vipe (Viação Padre Eustáquio) - atual concessionária das linhas de ônibus da cidade - na gestão de seu adversário político, o ex-prefeito e secretário paulista de Esporte, Lazer e juventude, José Auricchio Júnior (PTB).

De acordo com o prefeito, a abertura da CPI causaria o "emperramento" dos trabalhos no Legislativo e no Executivo. "Sou a favor de averiguação, não de CPI. Todas as informações estão acessíveis aos vereadores, podem ir à Vipe, pode vir no governo que estamos com boa vontade de apurar isso, não há necessidade de abrir uma CPI para isso", afirmou.

O principal argumento para abertura do inquérito é o fato de o TCE (Tribunal de Contas do Estado) ter julgado a licitação e o contrato com a companhia irregulares. A concorrência foi promovida em 2007 e deu concessão de dez anos para a empresa com outorga de R$ 120 milhões. Por conta do posicionamento da corte, a Secretaria de Assuntos Jurídicos estuda promover novo certame para o serviço. "Tem desgaste em fazer nova licitação. Se nosso setor jurídico entender que é necessário, nós vamos fazer", completou Pinheiro.

Por outro lado, o vereador Eder Xavier (PCdoB) disse que realizou ontem reunião com nove vereadores para discutir o tema e que todos garantiram adesão ao pedido de investigação. Entretanto, não revelou os nomes. Apenas um terço do plenário (sete assinaturas) é suficiente para instaurar a CPI. "Respeito a opinião do prefeito, mas essa investigação vai ajudá-lo. Vamos levar ao plenário na terça-feira para já escolhermos o relator e o presidente", garantiu o comunista.

Os principais questionamentos são a passagem de R$ 3,30, o valor da outorga e os serviços prestados. "O TCE decidiu que o contrato é irregular, então ele nunca existiu. É uma outorga muito baixa para uma cidade de 15 quilômetros quadrados, que tem todas as ruas asfaltadas. A manutenção dos ônibus é baixa e eles não são adaptados (para deficientes físicos)", reclamou.

Entre os parlamentares que participaram do encontro com Eder estão Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB), Pio Mielo (PT), Beto Vidoski (PSDB), Severo Neto (PSB), Chico Bento (PP), Fabio Palacio (PR), Magali Selva Pinto (PSD). A especulação é de que o nono apoiador seja um vereador do PTB, correligionário do ex-prefeito que foi responsável pela licitação irregular. "Temos esperança de que finalmente a gente tenha o encaminhamento necessário", comentou Pio.

De acordo com o regimento interno da Câmara, caso a promessa seja concretizada, o autor do requerimento, mais dois nomes escolhidos pelo presidente da Casa, Sidão, vão compor a comissão, que terá prazo a ser definido para colher informações e apresentar um relatório. A procedência do entendimento será decidida pelo plenário.




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