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Deputados defendem apuração no Metrô

Parlamentares da região querem investigação sobre delação de ex-diretor sobre a região

Por Júnior Carvalho
e Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
31/08/2019 | 07:00
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Montagem/DGABC


Os deputados do Grande ABC defendem investigação do esquema de corrupção que impediu o Metrô de chegar à região – o escândalo foi delatado pelo ex-diretor da companhia Sérgio Corrêa Brasil ao MPF (Ministério Público Federal).

Teonilio Barba (PT) e Luiz Fernando Teixeira (PT) pregaram que investigações se aprofundem, já que, segundo os parlamentares, há indícios de que o esquema pode ter atingido deputados na Assembleia Legislativa.

Segundo Barba, ele já na segunda-feira irá juntar documentação para enviar ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) para pedir investigação “minuciosa” e com “celeridade” sobre o episódio. Barba acredita que a investigação pode chegar até o senador José Serra (PSDB), ex-governador do Estado.

“Estamos falando do ‘trensalão’ do PSDB desde 2015. Quero saber onde está todo esse dinheiro que parece que foi desviado. Acredito que as investigações poderão chegar até José Serra e sua conta de R$ 130 milhões no Exterior”, afirmou o deputado petista. Barba se refere à suposta conta movimentada por Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, que continha cerca de R$ 130 milhões e que foi alvo de apuração da Lava Jato. O ex-senador e ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes seria um dos beneficiados.

Luiz Fernando relatou que a bancada do PT irá se reunir para criar estratégias de como tratará a questão na Assembleia. O parlamentar sustenta que Sérgio Corrêa Brasil ainda tem muito o que dizer. “Ele precisa explicar de onde vieram esses R$ 6 milhões que se prontificou a devolver. Além disso, o MP tem que investigar e apontar se há mais envolvidos nesse esquema. Já há, na Assembleia, pedido de abertura de CPI do Metrô.” A comissão está travada na casa.

O ex-diretor do Metrô declarou, durante delação premiada, que o esquema de corrupção impediu plano de expansão do transporte sobre trilhos para o Grande ABC. Para o MPF, Brasil disse que havia conluio entre empreiteiras e agentes públicos mediante pagamento de propina. O esquema envolveria a Linha 2-Verde, 5-Lilás e 6-Laranja, passando pelos governos Serra (2007-2010) e Geraldo Alckmin (2011-2018).

Sérgio Brasil também comentou que parte dos recursos obtidos de forma irregular era passada para a base de sustentação na Assembleia Legislativa e que o ex-deputado estadual Rodrigo Garcia (DEM, atual vice-governador), e Arnaldo Jardim (Cidadania), hoje deputado federal, tinham forte vínculo com o “esquema”.

Líder do PSDB na Assembleia, a deputada Carla Morando (PSDB) defende que as apurações continuem, já que atos ilícitos possam ter trazido prejuízos ao erário. “(O caso) Já está sendo investigado pelo Ministério Público Federal, tanto que é fruto de delação. Desta forma, espero que tudo seja conduzido da maneira mais transparente possível.”

Thiago Auricchio (PL), Coronel Nishikawa (PSL) e Márcio da Farmácia (PV) não se pronunciaram. 




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