Promessa é dívida: Memória publica a primeira crônica sobre a Chácara Di Cicco, escrita por Giuseppe Ranzini e a convite do nosso colaborador, Roberto Pelosini. A apresentação da chácara foi feita antes do Carnaval, na Memória do dia 9.

Acatamos observação de outro colaborador, Antonio Osvaldir Bianchini, ao lembrar que a Chácara Di Cicco foi adquirida pela Willys Overland do Brasil, que a transformou em clube social.

A geração do São Bernardo Tênis Clube

Quem algum dia conheceu a chácara Di Cicco jamais esquecerá o calor humano e fraternal irradiado por esta família exemplar. No início da década de 1960 esse paraíso tinha as portas abertas para amigos e parentes. Os fins de semana transformavam os Di Cicco numa família gigantesca ao abrigar pessoas que escreveram a história das cidades de São Paulo e São Bernardo, tais como os Benellis, Ferraros, Pelosinis, Lazzuris, Ranzinis, Cavinatos, Piccolis, Takeshitas e Abuds.

Nos grandes salões eram realizadas festas em profusão. As mães tricotavam e jogavam cartas. O parque esportivo parecia o de um clube profissional, com basquete, futebol de salão, vôlei, bocha, natação e sinuca. Atletas campeões deram aí seus primeiros passos.

Outro aspecto que merece ser lembrado, para mim inesquecível, era o cultural. Os pais jamais deixavam de comemorar datas e eventos ligados ao folclore e a história do nosso País.

Festas e bailes eram organizados de maneira impecável, desde a elaboração dos convites, decoração, suporte técnico, vestuário e gastronomia. Mamães se empenhavam para o deleite e privilégio dos convidados.

Dificilmente se falava de política. Preferiam-se amenidades que re-oxigenavam a todos os pais para a próxima semana de trabalho e aos filhos para os estudos.

Tudo isso foi maravilhoso até o dia em que, diante de uma oferta irrecusável da Willys, a chácara foi cedida para se transformar no seu clube social.

A chácara-clube Di Cicco não morreu, só mudou de nome e endereço. Saiu da Vila Palmares, em Santo André, e se instalou na Rua Tietê, Vila Vivaldi, em Rudge Ramos.

O São Bernardo Tênis Clube nasceu poucos meses depois graças a sua genitora, a Chácara Di Cicco.

* Giuseppe Ranzini é artista plástico: www.hallbrasil.com.br e www.giusepperanzini.com.br

E ATENÇÃO: em breve a crônica de Enio Benelli, neto de Virgílio Di Cicco, aqui em Memória.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 24 de fevereiro de 1980

Transportes - Turma de formandos de 1979 da Faculdade de Desenho Industrial de Mauá apresenta o Projeto Macará, novo sistema para transporte de massa.

Editorial - Indecisa, a política do leite nada resolve

Primeiro Plano (Eduardo Camargo) - Apesar de tudo, inflação continua em alta

Comércio - Casas Bahia chega a Utinga: loja da Avenida Utinga, 1184, será inaugurada em 3 de março próximo.

Artes - Orlando Mattos, chargista, caricaturista e ilustrador residente em Diadema, ministrará um curso sobre a sua especialidade na Casa de Arte, em São Bernardo.

EM 25 DE FEVEREIRO DE...

1925 - Fundada a Biblioteca Municipal de São Paulo, posteriormente denominada Mário de Andrade.

1970 - Estado cria dois ginásios em Diadema: o do Grupo Escolar Miguel Reale, em Piraporinha; e o João Ramalho, no Centro.

1970 - Aos 85 anos, falece Maria Adelaide Rossi, viúva do engenheiro-arquiteto Dominiano Rossi e nome de escola profissionalizante na Vila Euclides, em São Bernardo.

SANTOS DO DIA

Cesário de Nazianzo, Hereno, Sebastião de Aparício, Tarásio (bispo, na estampa) e Vitor.

Crédito da estampa: acervo Vangelista Bazzani (Gili) e João de Deus Martinez.

TRABALHADORES

Nascem em 25 de fevereiro:

1 - João José Thozei. 1906. Natural do Arraial dos Souzas. Sócio número 2 do Sindicato dos Químicos do ABC. Servente da Rhodia Química. Residência: Rua das Palmeiras, 35.

2 - Luiz Voltolini. 1912. Natural de São Paulo, Capital. Conferente da Rhodia Química. Residência: Rua Regente Feijó, 176.

FONTE - Primeiro livro geral de registro dos associados do Sindicato dos Químicos do ABC.