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Dossiê contra a gestão Palocci em Ribeirão chega à CPI dos Bingos
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18/11/2005 | 00:08
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A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos recebeu nesta quinta-feira um dossiê com documentos e materiais sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras durante a gestão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que envolvia a complementação salarial de um funcionário público municipal por uma empreiteira.

O material, entregue pelo vereador Nicanor Lopes (PSDB), de Ribeirão, é alvo de investigação no Ministério Público Estadual (MPE) e na Polícia Civil na cidade e passará a ser apurado na CPI.

O caso envolve um projeto lançado por Palocci quando era prefeito, em 2001, que incluía a construção de uma ponte, de um terminal urbano, a revitalização do centro e a criação de uma espécie de empreiteira municipal. Batizada de Vale dos Rios e Fábrica de Equipamentos Sociais, a proposta consumiu cerca de R$ 10 milhões, foi abandonada cerca de um ano depois e só pequena parte dela saiu do papel, segundo relatório apresentado por Lopes à CPI.

Entre o material entregue, está uma fita gravada com um ex-diretor da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp), Augusto Pereira Filho, pelo jornal Folha de S.Paulo, em junho de 2004. Nela, Pereira Filho admite ter recebido parte do salário de uma empreiteira contratada na gestão Palocci.

Segundo a entrevista, ele recebeu por nove meses cerca de R$ 2.250,00 mensais da CPV (Construtora Vale do Paranapanema). O pagamento teria sido negociado pelo então superintendente da Coderp, Juscelino Dourado – ex-chefe de gabinete do ministro. Nos detalhes da fita, Pereira Filho declara que o pagamento era feito em dinheiro. A empresa foi a contratada para tornar viável o projeto. Para o vereador tucano, que tenta provocar a criação de uma subcomissão da CPI dos Bingos para apurar, especificamente, o caso Ribeirão Preto, há provas de que o projeto foi superfaturado para gerar recursos de caixa dois do PT, na campanha presidencial de 2002.

Outro foco das investigações é o uso de notas frias também neste projeto. O esquema seria similar ao investigado no pagamento do mensalinho, denunciado pelo advogado Rogério Tadeu Buratti, e que envolve a empresa Leão & Leão. Nele, as suspeitas são que obras eram superfaturadas em acordo com empresas, que depois devolviam o dinheiro, justificando a movimentação por notas frias.




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