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Internet pode ter 1 milhao de sites de pedofilia
Do Diário OnLine
Com Agências
18/01/1999 | 12:00
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O primeiro dia da conferência Exploraçao sexual de crianças, pornografia e pedofilia na Internet: Um desafio internacional, que está sendo realizada pela Unesco (Organizaçao das Naçoes Unidas para a Educaçao, a Ciência e a Cultura) em Paris, apresentou um número alarmante: pode haver 1 milhao de sites de pedofilia (exploraçao sexual de crianças) na Internet. A intençao do encontro é criar um plano internacional de controle da pedofilia na Internet, sem instituir censura à rede.

O encontro reúne na França 250 especialistas de todo o mundo. Nesta segunda, foram apresentados estudos produzidos em todo o mundo sobre o tema. Na terça, último dia da conferência, serao criados três grupos de trabalho: um sobre a prevençao e sistemas de suporte; outro sobre questoes jurídicas e legislaçao; o terceiro   sobre pesquisa e informaçao ao público.

Ao final do encontro, será divulgado um documento propondo soluçoes ao problema. A intençao é desenvolver um programa que possa rastrear material pornográfico envolvendo crianças na Internet. Assim, a polícia poderia agir mais facilmente e os pais poderiam bloquear o acesso de seus filhos aos sites deste tipo. O programa seria universal e gratuito.

A outra saída envolve a auto-regulaçao dos provedores de acesso à Internet, que teriam de assumir o controle sobre o material que seus usuários colocam na rede.

Tráfico de animais passa a ser combatido na Web

Da AE

Aproximadamente 10 milhoes de animais silvestres da fauna brasileira sao retirados anualmente de seu habitat natural para serem vendidos irregularmente no país e no exterior, em um negócio que movimenta US$ 10 bilhoes por ano em todo o mundo. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Para tentar combater o comércio ilegal de animais, a organizaçao nao-governamental (ONG) Sociedade Mata Viva, com o apoio do Ibama e da Polícia Federal, criou a Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), que conta com site na Internet.

Na home page da rede, que está no ar desde quinta-feira, é possível obter uma série de informaçoes sobre o tráfico e fazer denúncias de comércio ilegal de animais silvestres. "É uma forma de centralizar informaçoes sobre o assunto e dar suporte aos órgaos de fiscalizaçao", explica o coordenador-geral da Renctas e presidente da Mata Viva, Dener Giovanini. "Além disso, trata-se de um importante canal de denúncia", acrescenta o chefe do Departamento de Fiscalizaçao do Ibama, Rodolfo Lobo.

De acordo com um estudo finalizado em 1996 pela ONG World Wildlife Found (WWF) e usado como referência pelo Ibama, o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e para o de armas. Somente no Brasil, movimenta-se anualmente por conta desse comércio cerca de US$ 1 bilhao. Os animais mais procurados sao as aves (principalmente papagaios e araras), os macacos e os répteis. Uma arara de lear, espécie em extinçao vendida por US$ 150 em feiras nordestinas, pode custar até US$ 150 mil no exterior. Um mico-leao-dourado é vendido internamente por US$ 180 e na Europa é comercializado por US$ 15 mil.

"Quanto mais em risco de extinçao ele se encontra, mais caro se torna", afirma Giovanini. Outro grande alvo do tráfico internacional sao as cobras, cujos venenos sao usados como princípio ativo de importantes medicamentos. Um grama de veneno de jararaca, usado em remédios para hipertensao, vale US$ 600. A mesma quantidade de veneno de cascavel, componente da moderna cola cirúrgica, chega a custar US$ 1.200. "Além de ter sua biodiversidade ameaçada, o Brasil perde anualmente uma quantia incalculável com o tráfico", aponta Giovanini, lembrando que somente o mercado internacional de hipertensivos movimenta por ano US$ 500 milhoes.

O tráfico tem ainda um lado muito cruel. Em cada dez animais traficados, apenas um chega a seu destino final. Os demais acabam morrendo no momento da captura ou durante o transporte. Mesmo os sobreviventes sofrem muito. Segundo Giovanini, para mantê-los em silêncio, os traficantes os anestesiam ou, no caso das aves, furam seus olhos para que nao enxerguem a luz do sol e cantem. Na avaliaçao de Rodolfo Lobo, com o acordo firmado com a Polícia Federal e o lançamento da home page, a situaçao deve melhorar. "Com as medidas adotadas, em três anos o tráfico deve começar a diminuir".




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