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Empresas do ABC negociam compra de dirigíveis
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
25/07/2006 | 08:26
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Já imaginou vários dirigíveis voando por cima do Grande ABC? Nelson Barbosa Corrêa Sobrinho já. Ele é o representante no Brasil da Aeros, empresa norte-americana que fabrica as aeronaves. Nesta semana, Sobrinho vai se encontrar com o sócio da empresa de turismo Sancatur, Oswaldo Nadal. Ele vai apresentar à Nadal as possibilidades que os dirigíveis apresentam na área. "Já pensou um vôo sobre a represa Billings?", desafia o representante.

Além da Sancatur, há outras empresas da região interessadas em investir na aquisição de dirigíveis para fins de transporte de passageiros e cargas, além de ser utilizado como um instrumento de publicidade, segundo o representante da Aeros. Os nomes das companhias, no entanto, não foram reveladas por ele.

Sobrinho conta ainda que as possibilidades dos dirigíveis não se limitam ao turismo. "Existem aeronaves que levam 500 toneladas de carga ou 250 passageiros. A utilização do dirigível está sendo muito ampliada em todo o mundo. Os ingleses estão fazendo um projeto com capacidade de até mil pessoas."

Segundo o representante, o preço de um dirigível grande o suficiente para o transporte de passageiros fica entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões. Ele ainda conta que as grandes aeronaves capazes de transportar grandes quantidades de carga saem por cerca de US$ 27 milhões. Mas uma pequena, que pode servir de transporte de três pessoas ou para publicidade custa em torno de US$ 300 mil.

O mercado de propaganda, aliás, é um setor que já é explorado pela Goodyear. "Essa publicidade tem um dos maiores índices de recall no mundo. Fizeram uma pesquisa e descobriram que 70% das pessoas que vêem as mensagens em um dirigível lembram qual era depois de certo tempo", diz Sobrinho.

Em comparação ao avião, os dirigíveis ganham em uns aspectos, mas perdem em velocidade. "Ele pode transportar mais carga, mais pessoas, mais barato. Ele pode não ser mais rápido, mas tem vantagens. Por exemplo em uma viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro. De avião ela duraria pouco menos de uma hora. De dirigível, pela costa entre Santos e Rio, 3 horas", explica o representante. "Se você não tivesse nenhum compromisso no Rio, qual iria escolher?"

Sobrinho espera poder trazer todas esses benefícios à região e já se aproxima de possíveis clientes. "O Grande ABC tem muitas grandes empresas, uma concentração muito grande. As montadoras, supermercados, todos esses podem se beneficiar dos dirigíveis", diz. Mas ele reconhece que ainda há dificuldades para o mercado no país. "O problema do dirigível no Brasil é que ele é muito mal divulgado", conta.

Mas ainda assim ele tem boas expectativas. "Quatro empresas de dirigíveis do exterior já expressaram interesse em vir para o país. Só precisam ter um mercado e outros incentivos, como local e investimentos", explica. "O Brasil é visto pelos europeus como um mercado com grande potencial para os dirigíveis. Boa parte pelo clima, já que não tem neve e não tem um tornados ou ventos fortes que a aeronave não agüentaria. Além disso, é um país continental, com grandes distâncias a serem percorridas. Ele seria um complemento ao avião", diz.




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