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França cria império de energia com a fusão Suez-Gaz de France
Por Da AFP
27/02/2006 | 15:25
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O governo francês apresentou nesta segunda-feira alguns detalhes da fusão da Gaz de France com a Suez, que evitou a compra deste último pelo grupo italiano Enel e deu origem a um novo gigante do setor de energia na Europa.

Esta fusão surpresa foi anunciada sábado pelo primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, como sendo um projeto para criar "um dos primeiros grupos mundiais de energia".

Sob o comando do atual presidente da Suez, Gerard Mestrallet, a nova empresa será a quinta produtora de energia elétrica da Europa, operadora da maior rede de transporte e distribuição de gás do continente, líder européia de serviços de energia e GNL (gás natural liqüefeito) gigante mundial de água e coleta de lixo.

Segundo o ministro francês da Economia, Thierry Breton, esta operação será concluída no segundo semestre de 2006 por "fusão-absorção" do grupo de gás, que é público, na empresa privada de energia e meio ambiente Suez.

A união das duas empresas, que desencadeou uma avalancha de críticas dos sindicatos europeus, não parece infringir nenhuma regra da União Européia de livre concorrência.

Porém, irritados com a operação, sindicatos e políticos italianos exigem que as instituições européias intervenham contra a "violação do direito de livre mercado". O chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, pediu então nesta segunda-feira que a UE intervenha contra a fusão. O ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, viajará nesta terça-feira em missão de dois dias à Bruxelas, capital da União Européia, para conversar com os responsáveis do setor de concorrência.

Diante das críticas, o ministério francês das Relações Exteriores afirmou que esta fusão "só vai beneficiar o conjunto da Europa".

O Estado conservará entre "34% e 35%" do capital neste novo gigante, ou seja a minoria necessária para impedir qualquer tentativa de OPA (Oferta Pública de Aquisição).

O novo grupo, cujo faturamento deve chegar a 64 bilhões de euros e capitalização pode superar os 70 bilhões de euros (segundo grupo, atrás da estatal Electricité de France, EDF), será um dos principais do setor de energia e meio ambiente na Europa.

Nesta segunda-feira, Breton começou a receber os representantes dos sindicatos contrário a esta fusão, que para eles representa uma farsa para camuflar a privatização da GDF (Gaz de France).




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